Quarta-feira europeia no Estádio da Luz
O PSV não tem a matriz defensiva das equipas que o Benfica derrotou. Sobe a parada, na antecâmara dos milhões da Champions
JORGE JESUS, depois de ter mexido em seis titulares na equipa que defrontou o Moreirense, introduziu sete alterações na partida com o Arouca. Em qualquer dos casos saiu-se bem e poupou mental e fisicamente os jogadores que considera mais importantes para encarar o desafio de aceder à fase de grupos da Champions. Porém, deve ficar bem claro que esta rotatividade extrema só é aceitável à luz da excecionalidade vigente, não concorrendo, a médio prazo, para a criação de rotinas e solidificação de processos que devem subjazer a qualquer boa equipa de futebol.
O PSV, que joga na Luz na próxima quarta-feira, irá colocar ao Benfica problemas que os encarnados ainda não tiveram de resolver na corrente temporada. É bom lembrar que nos quatro jogos oficiais já realizados, os da Luz defrontaram sempre equipas de pronunciada matriz defensiva, enquanto que deve ser esperada outra ousadia atacante do PSV, em linha com a escola neerlandesa. Para ultrapassar a equipa de Eindhoven, que está a realizar um início de temporada imaculado - seis jogos, outras tantas vitórias, 17 golos marcados e dois sofridos (onde se inclui uma goleada por 4-0 ao Ajax na final da Supertaça) -, a turma encarnada vai precisar de nunca se desunir na organização, especialmente quando perder a bola, e deverá melhorar significativamente no aproveitamento das oportunidades de golo.
Só depois de 24 de agosto, definida a questão europeia, o Benfica retomará plenamente a normalidade, com as eleições antecipadas a entrarem, crescentemente, na agenda dos sócios.
HÁ muitos anos, quando os miúdos começavam a jogar futebol a sério, depois de fazerem a formação nas peladas de rua, uma das primeiras recomendações que lhes eram feitas pelos treinadores dizia o seguinte: «O jogo só pára quando o árbitro apitar.» Isto era sobretudo válido para os avançados, que tinham a tendência para hesitar se achavam que estavam em fora de jogo, mas também para os restantes jogadores (havia a grande penalidade clássica quando o defesa pensava que o jogo tinha sido interrompido e agarrava a bola com a mão dentro da grande área…), guarda-redes incluídos. A ideia era criar nos jogadores um automatismo, de raiz pavloviana, que os acompanhasse ao longo da carreira. Percebe-se porquê...
JOÃO ALMEIDA
Aos 23 anos, o ciclista das Caldas da Rainha venceu a Volta à Polónia, prova que consta do calendário da World Tour/ UCI. Há sete anos, desde Rui Costa na Volta à Suíça, que um português não vencia ao mais alto nível. E a ideia que fica é que este triunfo de João Almeida será apenas o primeiro de muitos. Um sobredotado!
AMARO ANTUNES
O pelotão da Volta a Portugal já viu melhores dias, mas a edição de 2021 da prova rainha do nosso ciclismo foi sempre bem disputada e teve um final emocionante. Parabéns a Amaro Antunes, do W52/FC Porto, que bisou, superando por dez segundos o infeliz uruguaio Maurício Moreira, que caiu no contrarrelógio final.
NUNO ESPÍRITO SANTO
Uma estreia de sonho no banco do Tottenham, ao derrotar o campeão Manchester City, na jornada inaugural da Premier League de 2021/2022. Sem a estrela da companhia no onze - o futuro de Harry Kane ainda é incerto -, os Spurs valeram sobretudo por um coletivo compacto e prometem bastante para o que aí vem.