‘Privatizações’ até ao fim desta década?
Incompreensível, a meu ver, é que os acionistas olhem para as ações como se estas fossem títulos da Operação Coração...
A entrada em cena do norte-americano John Textor, que chegou a acordo para comprar 25% da SAD do Benfica, negócio posteriormente inviabilizado após a queda de Luís Filipe Vieira, trouxe para o primeiro plano da atualidade duas realidades antagónicas, o clube dos sócios ou o clube privado. Diga-se que a esmagadora maioria dos emblemas europeus optou pela segunda via, na convicção de que a gestão privada é sempre melhor do que a pública. E, entre nós, há exemplos de privatizações, a mais fraturante e desfiguradora a B-SAD.
Relativamente ao Benfica, salvaguardada que esteja a titularidade de pelo menos 51 por cento das ações, que malefícios poderão advir da entrada de dinheiro fresco, que potencie o valor da sociedade e crie melhores condições para o desempenho desportivo? E que, ao mesmo tempo, aumente o escrutínio sobre os atos da Sociedade, algo que parece ter estado em falta neste tortuoso processo?
Nesta altura, por exemplo, muitos pequenos acionistas do Benfica já fizeram saber junto de Textor que estão dispostos, pelo preço certo, a vender-lhe as ações, o que me parece absolutamente normal. Incompreensível é, a meu ver, que os acionistas olhem para as ações como uma Operação Coração…
Mais cedo ou mais tarde, esta questão que entrou, de repente, na agenda benfiquista, irá colocar-se também a Sporting e FC Porto e um dia, provavelmente antes do fim desta década, os sócios irão pronunciar-se sobre uma nova correlação de poder, nas SAD.
Pelo andar da carruagem, se principais clubes portugueses continuarem a perder competitividade face aos rivais europeus, das duas uma: ou passam a olhar apenas para a dimensão nacional, o que será sinónimo de definhamento; ou se abrem portas a novos tipos de financiamento.
Em relação à forma de organização dos clubes, parece cada vez mais deslocada no tempo a ideia de que deve ser em Assembleia Geral, onde estão, quando muito, poucos milhares de sócios de um universo muitíssimo mais vasto, que se tomem as grandes decisões. A representatividade democrática é escassa e talvez não fosse pior olhar com atenção para a Assembleia de Representantes do Real Madrid, que garante que a voz da totalidade dos associados pode ser ouvida na hora de resolver matérias importantes da vida do clube.
ÁS – RODRIGO TORRES
Há modalidades que, pela falta de cultura desportiva do País, só recebem reconhecimento, entre nós, em ambiente olímpico. Honra pois a Rodrigo Torres, que está na final individual de Ensino Equestre e, juntamente com João Miguel Torrão e Maria Caetano, na decisão coletiva, que terá lugar amanhã.
ÁS – ABEL FERREIRA
Embora seja lendária a volatilidade do futebol canarinho, onde tudo é transitório, deve louvar-se o percurso de Abel Ferreira à frente do Palmeiras, onde acrescenta ao triunfo na Libertadores de 2020, a liderança no Brasileirão, e a presença nos quartos da edição de 2021 da ‘’Liberta’.
ÁS – RICARDO SOUSA
O Mafra, do segundo escalão, afastou o primodivisionário B-SAD da Taça da Liga, o que projeta sinais positivos para a nova temporada do clube presidido por José Cristo. Sem pressa de ascender à I Liga, em Mafra tem-se feito da sustentabilidade um bem que há de levar o clube ao convívio dos maiores.