Ponto final e o bronze
1 - Ontem o Benfica, ao ganhar ao Sporting, deu o bronze ao Sporting de Braga. Ontem o Benfica foi melhor que o Sporting na primeira parte e o seu ascendente foi claro e indiscutível. Na segunda parte o Sporting reagiu mas o golo de Vinícius confirmou a superioridade do Benfica. Foi um sábado de loucos . No Funchal o Famalicão fica fora da Europa no último minuto e o Rio Ave festejou o acesso à Europa no relvado do Bessa. Sporting e Famalicão morrem na praia. E o Braga, para alegria do seu Presidente, chega ao bronze e tem acesso direto à Liga Europa. Agora resta a final da Taça de Portugal. A primeira parte do Benfica é estimulante. Sem ignorarmos os bons primeiros quarenta e cinco minutos da equipa de Sérgio Conceição em Braga. Agora só falta a final da prova rainha do futebol português!
2 - Se ontem ficámos a saber quem ficou com o bronze desta inédita Liga - e, logo, teve o aceso direto à fase de grupos da Liga Europa e a uma receita mínima de perto de 3 milhões de euros - hoje em três diferentes e distantes estádios de Portugal se decidirá o ponto final da presença de uma SAD/ clube na principal competição do futebol português acompanhando o já despromovido, e com múltiplas dores e casos, Desportivo das Aves. Hoje ou Portimonense ou Vitória de Setúbal ou Tondela viverão, em estritos termos desportivos, o seu ponto final na ainda designada Liga NOS . E este ponto final é bem relevante já que significa uma diferença de receitas que situo de um para nove! Na verdade uma SAD/clube da segunda liga profissional receberá perto de 350 mil euros enquanto uma SAD/clube que participe na principal competição do futebol português arrecada perto de três milhões de euros. E esta significante diferença diz tudo acerca da luta, no final da tarde deste domingo, que vai ocorrer nos relvados de Portimão, do Bonfim e de Moreira de Cónegos. E havendo ouvidos em todos os estádios , contas a serem feitas em permanência, angústias profundas e, no final, lágrimas de tristeza e outras de imensa alegria. Acreditando eu que, esta época, teremos uma liga extra, ou seja, teremos vitórias e derrotas para além deste ponto final dos e nos relvados. O ponto final de quem desce e de quem sobe, em determinadas circunstâncias, não termina ao princípio da noite deste domingo . Vai ocorrer, apenas, daqui a algumas (poucas) semanas e vai suscitar muitas interpelações e sérias discussões. Mas o que saberemos, hoje, é o ponto final dos relvados. E com dor e prazer, mais paixão e desilusão. O futebol na sua essência de jogo. O seu espírito e a sua imensa alma!
3 - Carlos Xistra e Jorge Sousa vão abandonar o ativo da arbitragem. Bem como o árbitro assistente Venâncio Tomé e , aqui, de rompante e sem que houvesse tempo (!!!) para o notificar do não deferimento da sua pretensão de prolongar a carreira. Carlos Xistra e Jorge Sousa foram dois nomes de topo da nossa arbitragem nos últimos anos. Arbitraram centenas de jogos e marcaram uma época da nossa arbitragem. Sei que cometeram erros e alguns deles relevantes. Mas tenho para mim que, no seu íntimo recato, os assumiram e que procuravam em cada jogo cumprir e fazer cumprir as leis do jogo, numa combinação entre o bom senso e as normas dos regulamentos. No momento do duplo adeus deixo um palavra de reconhecimento e de agradecimento. Como adepto mas acima de tudo como apaixonado do futebol. Por vezes critiquei-os mas sei, desde que li Keith Macklin, que «os guardas dos faróis têm empregos solitários, os árbitros também»!
4 - Na terça feira reúne-se a Assembleia Geral da Liga e com Pedro Proença a apresentar algumas interessantes propostas. Uma delas, estimulante no que concerne ao legítimo sonho da subida de divisão, - e como acontece em outras Ligas europeias - determina que há três lugares de acesso à principal competição profissional, o que implica a introdução de um play-off entre o 16º. classificado da ainda Liga NOS e o terceiro classificado da Liga 2. É uma proposta que merece apoio e aplauso. Como igualmente a manutenção das cinco substituições na próxima época como, ainda, e em razão da situação extraordinária que a pandemia desencadeou - e constando todas e todos uma segunda vaga , já em crescendo, em certas regiões da Europa! - uma inédita e transitória Taça da Liga que irá ser jogada com apenas oito equipas. Não se ignorando, aqui, o peso dos jogos das competições europeias mas, acima de tudo, o peso dos grandes no valor económico da mesma Taça! E na mesma Assembleia Geral o Regulamento de Disciplina da Liga será objeto de alterações o que determinará a necessidade da sua ratificação em sede de próxima Assembleia Geral da Federação, sendo o momento, digo eu (!!!) , para uma máxima harmonização entre os regulamentos disciplinares da Liga e o da Federação: como, por exemplo, no momento da efetivação das sanções disciplinares…
5 - A Fórmula 1 vai regressar a Portugal e, desta vez, ao Algarve e, em concreto, ao Autódromo Internacional de Portimão. No final do próximo mês de outubro - quase dois meses depois da final da Liga dos Campeões no Estádio da Luz - a pista de Portimão vai receber, com público nas suas bancadas, (tal como já aconteceu na final da Taça de França em futebol na sexta feira!) uma das provas do singular Campeonato do Mundo que, esta época, não se desloca às Américas, ou seja, aos EUA, ao Canadá, ao México e ao Brasil. Será uma competição europeia e Portugal e Portimão vão mostrar a nossa competência organizativa e a excelência do Algarve como destino turístico e de grandes eventos. Tal como merecia, afirmo-o, Cascais e o duplamente complexo do Autódromo do Estoril. Que me suscita memórias saborosas já que ali assisti a grandes espetáculos de motociclismo e de Fórmula 1. Estes mais antigos e que me fazem recordar grandes Grandes Prémios e nomes lendários como Ayrton Sena e Michael Shumacher, Alain Prost e Nigel Mansell (1990 e 1993), Gerhard Berger(1989) e Damon Hill. A festa era imensa. Estacionamento bem longe , ali perto da Penha Longa. Farnel farto e largo convívio. Camisolas e bandeiras da Ferrari. Uma festa! E entre tantos Grandes Prémios vividos - de 1984 a 1996! - apenas duas vitórias , consecutivas, em 1989 e 1990, da Ferrari! Também aprendemos a dizer no automobilismo que a «Ferrari nunca perde… de vez em quando é que não ganha»! Mas, aqui, muitas mais vezes do que o… Benfica. Agora, de novo, liderado por Jorge Jesus. Que numa entrevista a este jornal - 16 de novembro de 2018 - assumia: «Sou conhecido no Mundo graças ao Benfica!» As voltas que damos, como aconteceu com o grande Senhor Otto Glória. Um grande Senhor do futebol !