O caminho do Benfica até às eleições
A oposição benfiquista foi lesta a exigir eleições antecipadas e agora sente falta de tempo para contrariar a ascensão de Rui Costa
A oposição fez vingar as suas propostas na recente AG do Benfica. Porém, por paradoxal que pareça, Rui Costa foi o principal vencedor da noite. Afinal, as grandes exigências que estavam em cima da mesa não eram nada que o senso comum rejeitasse e não faria sentido recusá-las. Difícil é perceber como é que no último sufrágio não houve debates nem BTV no processo… Ao aceitar as demandas oposicionistas, o presidente do Benfica desinsuflou o balão da contestação e colocou-se numa posição de gerador de consensos, que lhe permitiu marcar pontos entre aqueles que irão às urnas a 9 de outubro.
Desde que Luís Filipe Vieira se viu na necessidade de abdicar da presidência do Benfica, muitas coisas correram bem a Rui Costa, que tem sabido descolar da imagem de príncipe herdeiro da Luz. ‘Ajudado’ pela trégua que pediu - e foi respeitada - para preparar a época e finalizar com êxito o empréstimo obrigacionista, Rui Costa teve sucesso no campo desportivo, e com isso ganhou uma margem de manobra confortável para olhar o próximo ato eleitoral com otimismo. Mas também tem sabido gerir os silêncios, deixando que os resultados falem por ele, ao mesmo tempo que o episódio da venda das ações de Luís Filipe Vieira foi usado com mestria para ajudar à tese da separação de águas entre o antes e o depois no Benfica.
E a oposição ao vieirismo, como ficou no meio de tudo isto? Logo que o ex-presidente caiu, quase todos os que tinham estado contra Luís Filipe Vieira foram lestos a exigir eleições antecipadas. A exceção foi Rui Gomes da Silva, que de imediato se manifestou contra decisões apressadas. Pregou no deserto, e Rui Costa acabou por fazer o que os opositores pediram. Hoje, àqueles que querem mudança no Benfica falta tempo para sedimentar projetos e agrupar massa crítica (e a impossibilidade de Noronha Lopes agravou o cenário…), num contexto que está cada vez mais favorável a Rui Costa.
Pode pensar-se que outro galo cantaria se o Benfica tivesse falhado a Champions. Mas tudo isso fica no campo das suposições, o que a realidade nos mostra é que a crise que se previa dramática, qual furação de categoria 5 que não deixaria pedra sobre pedra, não passou, nos momentos mais acesos, de uma tempestade tropical que não fez naufragar o presidente em exercício do Benfica.
ÁS – JOÃO ALMEIDA
O ciclista de A-dos-Francos acabou de juntar o triunfo na Volta ao Luxemburgo à vitória na Volta à Polónia, na mesma época em que, não fossem os erros da sua equipa, podia ter feito melhor do que o sexto lugar em que acabou o Giro. Falta ainda o Mundial e na próxima temporada, na Emirates, todas as expetativas são legítimas.
ÁS – FERNANDO PIMENTA
A lenda do canoísta de Ponte de Lima aumenta, pagaiada a pagaiada, e Fernando Pimenta já ganhou direito a um lugar no Panteão dos grandes desportistas portugueses. Em termos de 2021, juntou agora o ouro mundial à prata europeia e ao bronze olímpico, numa coleção de metais preciosos só ao alcance dos eleitos…
ÁS – DAVID DE GEA
O guarda-redes dos red devils pôs fim a uma série consecutiva de 40 penáltis sofridos, ao longo dos últimos 5 anos, ao parar um castigo máximo a Mark Noble, no último minuto do West Ham, 1- Man. United, 2. Assim, deu sentidos aos golos de CR7 e Lingard, e manteve a sua equipa no pelotão da frente da Premier.