Não há vergonha?...

OPINIÃO08.05.202107:05

Este ano, a aversão que estas entidades têm pelas nossas camisolas, recaiu principalmente sobre o treinador da equipa principal do Sporting

EU acho, mas se calhar acho mal, que as instituições do futebol nacional, deviam ter maior respeito e consideração por um clube a fazer 115 anos de história! Particularmente, por parte da Federação Portuguesa de Futebol que alberga no seu seio dois órgãos que sempre nos perseguem e duas associações de classe, fruto de um corporativismo que já nem se usa: o Conselho de Arbitragem e o Conselho de Disciplina, a Associação Nacional de Treinadores e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol. Devemos ao primeiro e à ultima, parte do insucesso dos últimos anos, para além de culpas próprias, uma das quais não sabermos em todos os momentos dar respostas adequadas às pessoas que as integram e nos perseguem!
Este ano, a aversão que estas entidades têm pelas nossas camisolas, recaiu principalmente sobre o treinador da equipa principal do Sporting que foi alvo das perseguições dos árbitros, do Conselho de Disciplina e até da associação de treinadores, levado pelo sentimento mesquinho da inveja.
O Conselho de Disciplina, depois de derrotado no caso Palhinha, também virou a sua atenção para Rúben Amorim de uma forma que culminou com uma aplicação de penas premeditadas para determinadas ocasiões cirúrgicas. Este oportunismo justiceiro foi importado do oportunismo que reina entre alguns políticos, designadamente, por aqueles que trepam na política, sem olhar a geometrias!
Tudo isto me veio à cabeça, ao vibrar por mais uma conquista da Liga dos Campões de Futsal! A conquista de mais uma vitória internacional, do clube mais eclético de Portugal, e um dos maiores do mundo, deveria merecer o respeito de certas entidades, e não as campanhas miseráveis que fazem para abalar o clube. São cínicos, hipócritas e malformados.
Mas tirando conclusões positivas daquela conquista, há uma coisa que me dá ainda mais razão para vibrar, que é o sucesso do treinador Nuno Dias. Qualquer projecto tem de assentar na lógica do treinador, na importância deste e no seu trabalho em continuidade. É ao ver o seu trabalho fantástico que eu digo de forma convicta que assinava contrato com o Rúben por mais dez anos. Acredito nesta filosofia e a vida tem-me dado razão!
Mas voltando à falta de vergonha que a carreira do Sporting tem provocado, quero comentar a desavergonhada conduta do senhor Manuel de Oliveira, que se diz árbitro, mas que disso tem pouco, e que, juntamente com o VAR, nos escamoteou três penáltis e não expulsou dois jogadores adversários com cartão vermelho directo! Mas, mais grave que a sem vergonha do árbitro, foi o descaramento ridículo do treinador do Nacional que no flash intervew final se queixou da arbitragem. Alguém me disse ou então sonhei, que, quando chegou ao balneário e olhou para o espelho, se lembrou de um comentário que há uns anos fez relativamente a um conhecido colega de profissão: «Um cretino  é sempre um cretino!»
Não menos falta de vergonha teve Jorge Jesus na crítica a Soares Dias, só porque não mostrou o segundo amarelo a Pepe, que foi o único erro que não beneficiou o Benfica. Os penáltis que ele marcou e o golo que se preparava para validar, foram todos a favor do Benfica. Só gostava de saber a razão, porque João Pinheiro foi poupado às criticas, quando foi ele afinal que reverteu as decisões erradas do proclamado - não por mim - melhor árbitro português. Não sei, mas calculo: ou vai arbitrar o Benfica-Sporting ou a final da Taça de Portugal. Ou as duas coisas! Também é pela dualidade de critérios nos amarelos e nos vermelhos.
Mas Jorge Jesus, quando das suas exibições fulgurantes, contra equipas a jogar com dez, quase desde o princípio do jogo, dizia que jogar contra dez não tinha nenhuma influência. Mas agora, no caso de Pepe, houve influência no resultado a dez minutos do fim! Francamente, se não há vergonha, ao menos um pouco de pudor!
Acresce que continua a falar do Covid para fazer esquecer a arrogância com que tratou os adversários, que foi a única causa do desastre benfiquista desta época. O que tiveram em vaidade teve o Sporting e o seu treinador em humildade!
Mas, voltando ao arrogante Presidente da Assembleia Geral da APAF só lhe quero perguntar se, ao não mostrar o 2.º cartão amarelo ao Pepe aos oitenta minutos de jogo, não sentiu, pelo menos, um pouco de vergonha de ter mostrado o segundo amarelo aos 18 minutos a Gonçalo Inácio? Sei que não, porque a sua arrogância e vaidade não lhe permite reconhecer os seus defeitos!
Quem não tem isenção na análise dos lances não pode nunca ser o melhor árbitro português. Achará que a sua pastelaria ou confeitaria no Porto poderá ser boa se vender bolos estragados?
Uma coisa, porém, terminado que foi o jogo de Braga, eu fiquei grato ao Soares Dias: a expulsão de Gonçalo Inácio e a forma como todos se bateram e sofreram criou-me a convicção inabalável de que vamos ser campeões.
Eu tinha um colega que jogava muito bem xadrez, era talvez o que melhor jogava na esfera da Faculdade de Direito. Eu também gostava muito de jogar xadrez mas à vista dele, o mais que se poderia dizer, é que conhecia as regras e pouco mais. Ganhava a todos os outros e não por arrogância, mas por brincadeira, quando já nos tinha comido peças essenciais, costumava dizer: há ocasiões em que desistir não humilha!
Gostaria que esta sem vergonha acabasse para não haver vencidos nem humilhados. Deixem-nos saborear descansados e em paz, reconhecendo que é com mérito, humildade e muito trabalho que poderemos ser campeões. Para onde vai um, vão todos! Contra tudo e contra todos!


DELFIM 

A LGUÉM que sabe da minha amizade, estima e consideração que tenho por Delfim, jogador que se transferiu do Boavista para o Sporting, num tempo em que estava na SAD assessorando a administração, designadamente, Paulo Abreu, me avisou sobre a reportagem da TVI sobre o sofrimento dele e da sua família. A minha vida no seio do dirigismo do futebol deu-me muitas coisas boas, e é dessas que me quero lembrar no resto dos meus dias.
A minha menção ao Paulo Abreu tem uma razão de ser, que aliás define o perfil e o carácter de Delfim de que aliás deu mostra nessa reportagem. Pouco tempo depois de ele estar no Sporting, o Paulo e eu chegamos à conclusão de que não levaria muito tempo a ser o capitão de equipa!
Não teve sorte na sua carreira desportiva dados os problemas físicos que teve de enfrentar e que o teriam inutilizado para uma vida normal não fosse a sua raça, o seu querer, a sua vontade, e a amizade e capacidade profissional de outro grande seu, e meu amigo: António Gaspar, o fisioterapeuta da Selecção Nacional, um ser humano fantástico e do melhor que há enquanto profissional. Pelos dois fui sempre sabendo a sua evolução nesse sofrido processo da sua recuperação, e nunca me esquecerei que estava a almoçar em Badajoz quando o Delfim me telefonou a dizer que tinha uma notícia para mim que me ia dar grande alegria: vou voltar a jogar!...
Confesso que não consigo não me emocionar cada vez que me lembro! Desejo ao Delfim as maiores felicidades para ele e para a sua família e, em minha opinião, é alguém que o Sporting pode aproveitar dentro de uma política, que me parece acertada, de escolher para certas funções, quem o serviu, com esforço, dedicação e devoção. O meu querido Amigo, Dr. Fernando Ferreira sabe do que estou a falar quando falo no carácter do Delfim!


MÁRIO ROSA FREIRE

A vitória do Sporting no sábado passado, frente ao Nacional ficou ensombrada para mim com a notícia da morte de uma pessoa por quem tinha muita estima e consideração desde os meus tempos de vice-presidente de João Rocha, para a área das relações institucionais - Mário Rosa Freire, um grande presidente do Belenenses, que lá deixou uma obra notável. Serviu bem o seu clube e foi sempre um elemento muito activo e participante nas conquistas de um tempo que para mim acabou e não volta! Não podia deixar de aqui lhe prestar uma singela homenagem e dizer-lhe que naquele encontro de dirigentes desse tempo, que se realizará em breve, não poderá estar presente, como não podem outros. Mas um dia estaremos outra vez todos juntos.
Os meus sentidos pêsames à família de Os Belenenses, na pessoa do seu actual Presidente!