Não é como começa mas...

OPINIÃO17.02.202003:00

A frase ficou célebre: isto é como acaba e não como começa. É verdade. Mas até numa maratona o ideal é começar bem. Aliás, se ser treinador fosse uma maratona (e é), Rúben Amorim estava agora a terminar os primeiros 200 metros. Mas que 200 metros, meu Deus! Estreou-se a 4 de janeiro batendo o Belenenses, no Jamor, por 7-1. Para começar,  recorde de golos marcados fora de casa do SC Braga. Claro que isto é como acaba e não como começa. A seguir, triunfo em Braga sobre o Tondela (2-1). Depois, vitória no terreno do FC Porto (2-1, algo que não acontecia há 15 anos e que só mais três vezes sucedera na história bracarense).Claro que isto é como acaba e não como começa. Seguiu-se meia-final e final da Taça da Liga: 2-1 ao Sporting, 1-0 ao FC Porto. Quarto troféu para o museu bracarenses, depois de duas Taças de Portugal (1965/1966 e 2015/2016) e uma Taça da Liga (2012/2013). Claro que isto é como acaba e não como começa. Veio depois o triunfo em casa do Moreirense (2-1) e o triunfo sobre o Sporting para a Liga (1-0). Rúben Amorim totalizava agora sete jogos como treinador bracarense e ganhara duas vezes ao FC Porto e outras duas ao Sporting. Claro que isto é como acaba e não como começa. Para fechar o ciclo dos três maiores clubes portugueses, era preciso ganhar ao Benfica. Mas faltavam ainda duas semanas para a deslocação à Luz. Antes desse jogo, o primeiro percalço: 2-2 em casa com o Gil Vicente. Seguia-se, então, aquele que, em teoria, seria o desafio mais difícil de todos: jogar em casa do Benfica. Em nada menos de 72 duelos, apenas duas vitórias: 1-0 em 1954/1955 para a Liga e 2-1 em 2014/2015 para a Taça de Portugal. Nada menos de 57 derrotas e 13 empates. Mas o SC Braga deitou para trás das costas esse historial negativo, bem como 13 derrotas nos últimos 14 jogos, ganhando por 1-0. Estava fechado o ciclo dos três grandes. Claro que isto é como acaba e não como começa.

OU seja, nove jogos como treinador principal, oito vitórias, um troféu e triunfos sobre os três maiores clubes portugues. Claro que isto é como acaba e não como começa. Para já, na Liga, ultrapassou V. Setubal, Rio Ave, V. Guimarães, Famalicão e Sporting e recuperou nada menos de quatro pontos ao Benfica, um ao FC Porto e nove ao Sporting. Rúben Amorim estabeleceu ainda um outro recorde muito difícil de igualar: em apenas 30 dias (!) ganhou aos três maiores. E quem era o mais rápido a fazê-lo? Cândido de Oliveira no Belenenses: 3-0 ao FC Porto a 21 de fevereiro de 1937, 3-2 ao Sporting a 21 de março de 1937 e 1-0 ao Benfica a 25 de abril de 1937. Total: dois meses e quatro dias. Claro que isto é como acaba e não como começa, mas dá um jeitaço começar bem. Ou alguém quererá começar mal ou menos bem?