Meu bom amigo
No futebol todos sabemos que o sucesso desportivo é efémero. Joga-se época a época. Inicia-se com o planeamento anual, a escolha da equipa, passa-se para o período preparatório, entra-se no período competitivo, e quando este acaba tem-se ou não sucesso. As comemorações são curtas como as desilusões, têm que ser rapidamente ultrapassadas. No defeso estamos a iniciar um novo processo. O sucesso ou insucesso é efémero, inicia-se logo novo ciclo. Quem ganhou prepara-se para voltar a ganhar, quem perdeu prepara-se igualmente para ganhar. Não há volta a dar, o objectivo tem que ser sempre fazer melhor do que na época anterior, mesmo sabendo que por vezes as probabilidades são reduzidas.
Contudo, o historial de uma carreira não se apaga pelos resultados de uma época, a História escreve-se, muitas vezes, direita por linhas tortas. O acumular de épocas dá-nos a experiência suficiente para evitarmos o 8 ou 88. Não é necessário entrar em excessiva euforia com o sucesso nem em depressão com uma época mal conseguida. Há coisas mais importantes na vida. Muitas mesmo.
A semana que acaba lembrou-nos isso mesmo, antes do jogo, da competição, da nossa própria equipa, está o homem ou mulher, que até joga futebol, e até joga bem. O Nuno é mais do que um jogador, é um amigo. Um bom amigo. Daqueles que tem a malandragem do jogo, como eu gosto. Contesta as injustiças, luta pela equipa e pelos seus. Agora chegou o momento de mais uma grande batalha, para vencer, como todas as outras. Sempre de cabeça levantada, com o apoio de todos, companheiros ou adversários. Este é um desafio para vencer, o mais importante desafio da carreira. As épocas anteriores não têm grande significado, esta é a mais importante de todas. Vais vencê-la com aquela assistência, de pé esquerdo, em que colocas o ponta de lança na cara do golo. Tu sabes fazê-lo. E vais conseguir, uma vez mais, o cruzamento perfeito. Há muito mais para além desta época. Abraço.