Má notícia
Vamos lá atualizar o ‘pack’ Geraldes: imperial, tremoços e colete à prova de balas
TENHO uma má notícia: o futebol português não vai mudar depois do FC Porto-Sporting. É como meter uma pedra numa gaiola e esperar que ela cante. Grita-se que algo tem de ser feito, mas é como aquele tipo que usa camisas justas para se lembrar que tem de emagrecer enquanto devora um chocolate que jura ser o último. No fundo, o futebol português teve mais um acidente, afrouxámos para ver o aparato e seguimos viagem a discutir de quem terá sido a culpa. Até ao próximo sinistro.
Jogaram-se efetivamente 41,58 minutos no clássico e o tempo morto foi de 62,02. Mas é este tempo morto que alimenta a nossa indústria. Aquilo que a mata é o mesmo que a mantém viva. Somos o pirómano e o bombeiro herói (veja-se o exemplo de Frederico Varandas no fim do jogo).
No Dragão são muitos anos a virar frangos, só que este Sporting agora é galo, o que resultou numa espécie de parque de diversões para arruaceiros. Ali, nem um Pinheiro bravo se safava. Já agora, alguém viu por aí Pedro Proença e Fernando Gomes? Silêncios que contrastam com a tática do ruído comunicacional dos clubes (o Benfica também está de volta). Meus amigos, se fazer barulho ganhasse jogos e desse troféus a máquina de café cá de casa seria hegemónica...
O melhor é não dramatizarmos muito e atualizarmos o pack Geraldes: imperial, tremoços e colete à prova de balas. Ou então fazer-se um almoço de presidentes na Mealhada para decidir que o melhor é ficar tudo como está.
No meio de tudo isto, parece que Palhinha vai finalmente cumprir uma suspensão, mas ainda penso que pode ser um simulacro. O que não é simulacro é o triste passado recente do Benfica, cheio de casos e suspeitas. Se tiver de haver condenações, que não haja comPaixão. Pior do que um saco azul só um saco roto.
P.S. – Não é todos os dias que se tem oportunidade de ver jogar de tão perto uma equipa como o Manchester City. O Sporting teve essa sorte. O azar é que era o adversário dos citizens.