Lei do mais forte

OPINIÃO18.01.201903:00

Chegamos ao fim da primeira volta do campeonato principal e as quatro equipas que se apresentavam no início como as mais fortes, comprovaram esse estatuto. Como se não bastasse, também uma delas será a vencedora da Taça de Portugal, e a mesma ou outra deste grupo, da Taça da Liga. As quatro vão dominar a segunda parte da época. Três delas ainda têm uma quarta frente, a competição europeia. Esta concentração de todas as decisões nestas quatro equipas significa a diferença que têm tido para os outros concorrentes. Um dado interessante para analisar. Como também o é a possibilidade, ou não, de mais algum concorrente se juntar a este grupo de elite. A competição só tem a ganhar com o alargamento dos candidatos a vencerem títulos. Que a lei do mais forte seja alargada é sempre bom, melhor só conseguir um maior equilíbrio entre todos os participantes. O desequilíbrio, que existe nas infraestruturas, nos orçamentos e, como tal, dentro de campo, só pode ser minimizado com projectos de médio-longo prazo. Nada se consegue sem semear e ter tempo para crescer. A nossa cultura desportiva, ou falta dela, provoca muitas decisões conjunturais. A mais evidente é a troca de equipas técnicas. São seis as equipas que mudaram de treinador até este momento na Liga principal, ou seja um terço do total. A tendência, com base nos anos anteriores, é de que a mudança exclusivamente de treinador não resolve os problemas estruturais das equipas. Não é só por se mudar o comando técnico que as equipas conseguem reverter ciclos negativos. Nos últimos anos não foi quem acabou a primeira volta em último lugar que desceu de divisão, como também o campeão manteve a estrutura técnica a época toda. Excepção feita aos mais fortes, e nem sempre é assim, também têm épocas de crise, a maioria das equipas pode fazer um excelente campeonato numa época e na seguinte estar nos lugares de descida. Analisem as classificações e chegam facilmente a essa conclusão. Mudar por mudar tem dado pouco proveito.