Opinião Holanda ‘trava’ limite de velocidade
Portugal no topo da lista dos países com menos gases de escape e no fundo na sinistralidade
Os números da sinistralidade rodoviária no nosso País aceleram, não travam. Depois de tantos anos de desinvestimentos tanto nas campanhas de formação/sensibilização ou no desenvolvimento/manutenção das infraestruturas, honesta e realisticamente, esperar-se-iam resultados diferentes? No dia 17 de novembro, em Portugal, o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada assinalou-se com mais cinco mortos… Na lista, negra, militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) e motorista de reboque que respondiam a acidente na A42, atropelados por carro fora de controlo, em despiste. Em 2018, em 34.235 sinistros, perderam-se 508 vidas, contra 510 em 2017. Recuando-se no tempo, pior, só em 2012. Os números finais de 2019 conhecer-se-ão apenas no próximo ano.
A velocidade excessiva, concordo, encontra-se entre as causas de muitos acidentes, acidentes a mais, mas a sinistralidade rodoviária não é dor de cabeça para todos os países. Na Holanda, gases de escape, não mortos na estrada, na origem da redução do limite nas autoestradas de 120 km/h para 100 km/h. Mark Rutte, o primeiro-ministro, anunciou norma para 2020 que integra pacote de emergência para diminuição rápida dos níveis de óxido de nitrogénio (NOx), acima dos limites tolerados pela União Europeia. As explorações pecuárias somam-se aos automóveis na lista de culpados por problema que as autoridades de Haia combatem há vários anos – sem sucesso!
Em 2018, na Europa, crescimento nos níveis das emissões poluentes. O resultado não surpreendeu, após mudança no processo de homologação de consumos e gases de escape, do NEDC para o WLTP, para aproximação dos números da condução no quotidiano aos publicados pelos fabricantes. Em Portugal, na média do CO2 dos carros novos, progresso de 1,2 g/km, de 104,2 gramas para 105,4, número que coloca o País no pelotão da frente do Velho Continente. Menos, somente na Noruega, referência na eletrificação, com 72,4 gramas. Holanda 3.ª, com 106,0 gramas…
Em Portugal, comparando 2017 com 2018, as emissões de CO2 aumentaram. Na Noruega e na Holanda, diminuíram. Noruegueses e holandeses, sabe-se, possuem muito mais poder de compra e têm parques automóveis modernos. O nosso encontra-se enferrujado! E a idade dos automóveis reflete-se, também, nos equipamentos de segurança (ativos e passivos). O Governo trabalha no Orçamento do Estado para 2020. A reintrodução de programa de incentivo ao abate de viaturas contribuiria, seguramente, para menos acidentes nas estradas.