Futebol com VAR é mais transparente

OPINIÃO20.08.201804:00

O jogo do Jamor vai fazer correr muita tinta e será arma de arremesso de uns e outros até ao fim deste campeonato. Carlos Xistra assinalou, via VAR, duas grandes penalidades, ambas por mão na bola, em situações onde a doutrina se divide. Fê-lo, contudo, depois de avaliar à exaustão ambos os casos e interpretando-os de acordo com o seu saber de árbitro. Confesso que em nenhum dos lances vejo intencionalidade, relevando, creio, para a decisão de Xistra, a posição do braço relativamente ao corpo. Mas devo dizer que prefiro um futebol como o que temos hoje, com VAR, que não é imune a polémicas mas é muito mais transparente, do que aquilo que tínhamos antes. Resolvidos, com tecnologia que está já acessível, de forma incontestável, os casos de fora-de-jogo, solucionados os problemas  sobre o local da falta, dentro ou fora da área e vistos e revistos os lances de caráter disciplinar, os penalties, sejam os do Jamor, seja o lance de Alvalade no minuto final, têm tudo para liderar o ranking da polémica, da discórdia e da suspeição. E aí vigorará o princípio da discricionaridade do árbitro. De qualquer forma, o VAR é um contributo inestimável para a verdade desportiva. Irreversível.

Rui Pedro Soares teve azar. No momento em que um erro tremendo de Dálcio deu o 0-2 ao FC Porto, uma câmara indiscreta da Sport TV apanhou-o em galhofa comprometedora com Pinto da Costa, quando o mínimo a esperar do líder do Belenenses-SAD seria incredulidade e consternação. Não enveredarei por qualquer deriva populista, imputando, antes, a um lapso comportamental, a lamentável figura de Rui Pedro Soares. De qualquer forma, aqueles dois segundos assassinos da Sport TV não deixam de ser emblemáticos do primeiro jogo do Belenenses-SAD fora da casa-mãe do Restelo.

Lá por fora, para além da vitória de Cristiano Ronaldo pela Juve, houve outros portugueses em destaque: André Silva estreou-se pelo Sevilha com um hat-trick, Rúben Semedo, em liberdade vigiada, participou na vitória do Huesca em Eibar, Bernardo Silva soma e segue no fascinante City de Guardiola (onde Rúben Neves é notícia, devido a um alegado interesse dos citizens, dispostos  a pagar 70 milhões aos Wolves), Bruno Alves regressou à Serie A, pelo Parma, com um empate, e Mário Rui foi titular no Nápoles de Ancelotti. Fica para  William Carvalho, no Bétis,o arranque mais cinzento.