Fraturas expostas…
Vitalidade impressionante! Dizem ser isso o que o Sporting expressa com 7, 8, 9 (já me perdi na contagem…) anunciadas candidaturas à sua presidência. É um ponto de vista, quanto a mim benevolente para boa parte de tantos ansiosos por salvar clube e SAD. Vitalidade existe; mas também ror de fraturas assim expostas… em maré alta de divisionismo que me parece potencialmente muito perigoso. Por este andar - e mesmo pensando que candidaturas com capacidade para consistente afirmação limitam-se a ser 2, vá lá, 3 -, o Sporting arrisca-se a ter dirigentes eleitos por margem pouco acima de 30%... (óbvio: deveria haver 2.ª volta entre os dois 1.ºs; mas não é possibilidade estatutária). Assaz perigoso para quem terá de superar caótico entrechoque de guerras no turbilhão da horrenda ponta final de BdC e dos seus acólitos (agora divididos - e, num caso, trocando insultos entre si… o que, friso, não espanta -, é nessa divisão de votos por tão proliferados candidatos que assenta a sua esperança de regresso!).
Sousa Cintra, em SOS nomeado líder da SAD - boa escolha da Comissão de Gestão, pois foi 3 vezes eleito presidente do Sporting e saiu sem rabos de palha -, trabalha no duro face à herança que encontrou e ao contrarrelógio para pôr ordem em casa tão espatifada. Teve de contratar treinador (despedir Mihajlovic poderá custar caríssimo; só que ele era escolha aberrante!) e tem de construir o melhor plantel possível… Conseguiu evitar descalabro financeiro inerente a saídas de Rui Patrício e William Carvalho… a lucro zero! (que a dupla de capitães iria partir já era assumidíssima decisão de BdC). Estará próximo de o mesmo fazer no adeus a Gelson. Conseguiu recuperar Bruno Fernandes (preciosíssima reconquista!) e Nani regressa. E Sousa Cintra esfalfa-se para convencer Bas Dost e Battaglia a permanecerem. Nada mal, numa missão cravada de ultra dolorosos espinhos.
José Peseiro vai preparando equipa, sem saber que qualidade de ovos terá em busca de saborosa omelete. Arranque de época quase à vista… E o futuro presidente só um mês depois chegará… Condicionadíssimo, porque fora de prazo para mudar seja o que for no plantel - até janeiro. E, em princípio, aceitando treinador não por si escolhido (só um candidato logo anunciou outro líder técnico em setembro - admitindo que esse lançamento de trunfo eleitoral poderá virar-se do avesso se a equipa somar vitórias até lá).
Ou como o mais próximo futuro do Sporting, nomeadamente no seu futebol, está envolto por intrincada nebulosa. Dolorosas circunstâncias a isto obrigaram!
Ronaldo. Mais do que nunca o admiro! Pela tão difícil opção de, aos 33 anos, qual reforma de objetivos, qual quê!, lançar a si próprio o máximo desafio: com absoluta firmeza, mandou bugiar arrogante presidente e prescindiu da comodidade de ser superestrela do gigantesco Real Madrid. Que convicção na enorme força mental!
Se, porventura, a Juventus for, enfim, campeã da Europa - 22 anos depois… -, um especialista em ciúmes/inveja de craques (vimos recente imitador em Portugal…) decerto cairá do cadeirão presidencial. Ele a quem, nada por acaso num ápice, dois gigantes do futebol, Zidane e Ronaldo, disseram categórico Basta!
Pena que amigo de Ronaldo - sempre afirmaram profunda admiração um pelo outro - tenha partido da Juventus quando ele chegou: também o enorme Buffon se desafiou, indo, aos 40 anos!, para o PSG. Até nestes extras de motivação se veem os grandes senhores!
Juventus sonha Champions. Possui excelentes jogadores - e, ao longo do seu historial, teve quase inúmeros monstros do futebol italiano e mundial: Omar Sivori, Dino Zoff, Paolo Rossi, Roberto Bettega, Michel Platini, Pavel Nedved, Boniek, Roberto Baggio, Del Piero, Zidane, Andrea Pirlo, Gianluigi Buffon… Mas Cristiano Ronaldo, entre Manchester e Real Madrid, 11 anos no top!, soma 5 Champions (e 5 Bolas de Ouro)! E, nos últimos anos, em final e em meia final da Champions, fez chorar a Juventus. Há meses, comoveram-no ao aplaudirem-no de pé quando golo do outro mundo os derrotou. Desabafo de Buffon: «Contra este tipo, nada a fazer!»
Entretanto, com loucura na venda de camisolas, mais bilhetes já vendidos para a próxima época, acréscimo nos patrocínios e nos cachets em jogos particulares, entrada em força nos mercados asiáticos… os €100 milhões estão quase pagos!
Em múltiplas dimensões, fenómeno Cristiano Ronaldo!