Eleições olímpicas: um COP de mel?
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, morreu aos 74 anos (D. R.)

Opinião Eleições olímpicas: um COP de mel?

OPINIÃO20.11.202413:07

Quatro pré-candidatos perfilados para a sucessão de José Manuel Constantino no Comité Olímpico de Portugal quererão dizer algo sobre a sedução do lugar. E há um quinto que ainda não negou sê-lo...

Laurentino dias, jurista, ex-deputado, ex-secretário de Estado do Desporto.

José Manuel Araújo, secretário-geral do Comité Olímpico de Portugal, diretor de informação e cultura da Assembleia da República.

Jorge Vieira, ex-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, desde sempre ligado ao desporto.

Alexandre Mestre, advogado, especialista em direito do desporto, professor, ex-secretário de Estado do Desporto.

A poucos meses das eleições para o Comité Olímpico de Portugal (COP), conheceram-se até á última terça-feira quatro candidatos à presidência de um organismo que nas últimas três décadas e meia viveu uma estabilidade pouco vista por outras paragens do desporto: com um mandato de Vasco Lynce pelo meio, viveu-se o período de Vicente de Moura, entre 1990 e 2013, e a sucessão por parte de José Manuel Constantino, que presidiu de 2013 até à recente data da morte, no último dia dos Jogos Olímpicos de Paris.

Há, por isso, um legado que nenhum dos candidatos que agora se perfilam vai querer ignorar.

Quer Vicente de Moura quer José Manuel Constantino — sem desprimor para Vasco Lynce, cujos quatro anos de legislatura são incomparáveis, nesta medida, às décadas dos outros dois presidentes — deixam um lastro de melhoria constante e progressiva do desporto português, com cada ciclo olímpico a ser encarado com maior expectativa, ainda que muitas vezes de forma desproporcional tendo em conta o que a cada quatro anos anteriores se aposta nos atletas e nas modalidades, nomeadamente em sede de orçamento de Estado e desenvolvimento de infraestruturas.

O principal legado de Moura e Constantino será a capacidade de reflexão e de chamada de atenção para estes e outros problemas portugueses.

Com maiores ou menores apoios estatais e atendendo ao interesse que desperta em clima pré-eleitoral, a presidência do COP parece, seja como for, um lugar apetecível. Muito está por decidir no processo eleitoral, cuja comissão será eleita no dia 26, e é provável que nem todos reúnam os pressupostos suficientes para se candidatarem. Mas são nomes fortes. E nomes fortes são seduzidos por lugares com mel.

Convém, entretanto, não esquecer outro nome lançado em praça pública. Fernando Gomes, de saída da FPF, ainda não negou uma candidatura...