Copo de água

OPINIÃO28.11.201800:30

1. Esteve duplamente mal Luís Filipe Vieira quando admitiu o possível regresso de Jorge Jesus, se Rui Vitória sair. Primeiro porque é uma má ideia, segundo porque é uma falta de respeito pelo atual técnico. É o mesmo que eu dizer: «Não penso divorciar-me, mas se acontecer admito voltar para a minha ex-namorada.» O que acharia a minha mulher disto?


2. O Benfica foi mais do mesmo em Munique. É evidente que Rui Vitória precisa de um golpe de asa para sair deste purgatório, não adianta insistir em sucessivos covers de uma música que já não entra no ouvido, mas acho injusto que os adeptos o olhem como os coletes amarelos olham para Macron em França. Ganhou dois campeonatos num total de seis troféus, enquanto foi apostando na formação, e há pouco mais de um mês o Benfica era a equipa que melhor jogava em Portugal.


3. No fim da primeira parte do jogo com o Lusitano Vildemoinhos, Keizer era o novo Peseiro. No final da partida era o novo Cruyff. Calma. Não adianta tentar ver o oceano num copo de água.


4. Sendo o FC Porto, por direito e mérito próprios, um clube de renome mundial, faz-me impressão o recorrente discurso tribalista de Pinto da Costa e dos opinadores alinhados, algures entre o nós contra todos e o todos contra nós. Para Sentinela do Norte já basta aquela remota ilha do Índico. Guardem lá o arco e as flechas.


5. O maior elogio que posso fazer à consistência do FC Porto é que Casillas, por norma, tem mais trabalho nas redes sociais do que na baliza. Sérgio Conceição tem provado ser de elite.


6. Não estou de acordo com o tom utilizado pela procuradora Cândida Vilar nos interrogatórios aos arguidos da invasão a Alcochete, mas o que ela tem a mais tem o futebol português a menos para meter as claques na ordem.


7. Não era mais fácil a PGR criar um podcast para os áudios dos inquéritos judiciais? Do segredo de justiça à justiça sem segredo.