Chumbos!
A 3 passadas do final da 1.ª volta, a anterior jornada foi muito curiosa: confrontos entre os 6 primeiros classificados (Rio Ave deixou de sê-lo). Por isso, teve extra de expectativa e importância. Não tanto o FC Porto-Rio Ave, porque no Dragão; muito especialmente em teste Benfica e SC Braga (direto despique com máxima ambição), Sporting e V. Guimarães (frente a frente potenciando definição de capacidades: um para conquista do título; o outro visando recuperar terreno, rumo ao objetivo 4.º lugar, campeão dos não gigantes). Duros testes não se ficaram por meias tintas; houve rotundos chumbos e passagens com altas notas.
CHUMBO n.º 1: Sporting. Pressentia-se ir ser o primeiro osso muito duro de roer no caminho do novo Sporting sob liderança técnica de Marcel Keizer. Vitaminado estava: só triunfos (8), 32 golos marcados, média de 4 por jogo! (mas também 9 sofrendo!…). No entanto, quanto a mim, fortes dúvidas se mantinham, suscitadas por passadeira verde: 5 jogos em Alvalade, e perante equipas com fraco peso (Chaves, Aves, Poltava, Nacional - ligeira exceção para Rio Ave, na Taça de Portugal). Nos 3 em casa alheia, houve peras dulcíssimas: Vildemoinhos e Qarabag… Ou seja: em 8 jogos, só o de Vila Conde, para o campeonato, subiu no grau de dificuldade (muito bem superado). Teste perigosíssimo era o de Guimarães (vitorianos em notória escalada de rendimento: para além de terem pregado susto ao Benfica - 3-2, na Luz - e de terem ganho no Dragão - 2-3! -, 8 jornadas a fio sem derrota). Deu chumbo sportinguista - contundente, porque claríssimo! O Vitória foi sempre muito melhor equipa. Aplaudo Marcel Keizer, pela sua honestidade: não inventou desculpas, viu o jogo como todos vimos… - raridade nos nossos treinadores - e «temos de agradecer ao Renan por ser só 1-0». Cristalina verdade: mão cheia de grandes defesas, evitando goleada! Contraste: Douglas só uma vez teve de entrar em campo…
Dura descida à terra. Quiçá mais preocupante que a derrota: firme bloqueio a Bruno Fernandes e a Bas Dost liquidou a linha de futebol sportinguista. Ausências de Nani e de Wendel notaram-se imenso - o que agrava ideias quanto a plantel…
CHUMBO n.º 2: SC Braga. Inesperadíssima goleada! Vencera Sporting e, com espetacular personalidade, exibira-se em grande nível no Dragão (derrota por tremendo azar: golo aos 90+3, depois de enviar 2 remates aos ferros). Que lhe deu frente ao Benfica?! Árdua eliminatória da Taça, triunfando em Setúbal, 4 dias antes, não justifica tal caos (Abel fez muito bem em tal não invocar). Dia péssimo acontece a muito boa gente. Imediato teste: nível de reação a tão violento golpe. Certeza: na Luz, o SC Braga jogava tudo para manter quimera do título. Desaire - mesmo que fosse tangencial - deixa-o ultrapassado pelo Benfica e, sobretudo, a 6 pontos do FC Porto. Naturalíssimo adiamento do tão lindo quanto dificílimo sonho de António Salvador. SC Braga - bom plantel, mas não chegando aos de topo - a discutir pódio do campeonato e conquista de Taças já é muito bom!
BRILHO: Benfica e V. Guimarães. Espetacular ressurgimento benfiquista, categórica confirmação de escalada vimaranense. Mau grado as facilidades que o SC Braga concedeu, muito mérito na exibição do Benfica. Veio dela substancial parte dessas facilidades. Alta qualidade, porque desta vez expressa em sistemático alto ritmo. Surpreendente, por tão contra a corrente dos últimos meses, foi! E, face ao que vinha sendo habitual, enorme contraste em matéria de eficácia! - galvanizando a equipa. Durante muito tempo, o Benfica criava inúmeras oportunidades de golo (não nos últimos jogos) e acertar na baliza era martírio. Em hora H - duelo crucial, afundando-se se não vencesse! - inspiração goleadora chegou, e às catadupas! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra… Os próximos episódios dirão.
Novo V. Guimarães está sendo excelente trabalho (mais um) de muito bom treinador: Luís Castro. Venceu no Dragão, vai agora em 9 jogos sem derrota. Pegou no Sporting, anulou-lhe os maiores trunfos, destrui-lhe organização, foi tão convincente que poderia ter goleado! Óbvia meta (difícil!): discutir especialíssimo título com o eterno rival minhoto.