Castigo para quem não mereceu mais...
Aviso à navegação: a jogar assim não ultrapassamos o ‘play-off’, seja contra quem for. Faltou-nos, essencialmente, futebol!
PORTUGAL perdeu com a Sérvia e perdeu bem. Queixas, só próprias. Os forasteiros fizeram o seu papel, o árbitro manteve o mesmo critério para as duas equipas, e não faltou generosidade ao público que encheu o Estádio da Luz. E nem um início de jogo promissor, coroado com um golo de Renato Sanches ainda dentro do segundo minuto, inspirou o grupo às ordens de Fernando Santos, que nunca teve bola como devia e deixou-se enlear por um meio-campo da Sérvia sempre com mais apoios. Se quisermos, o que aconteceu ontem foi, em termos exibicionais, o prolongamento de Dublin, com a diferença apenas na equipa contrária, mais expedita, e a quem foi dada a possibilidade de acreditar que era possível ganhar em Portugal.
O que se passa com a Seleção Nacional que perdeu a alegria de jogar? João Moutinho, Diogo Jota, Nuno Mendes, e até Rui Patrício, nunca estiveram à altura das circunstâncias, João Cancelo viu-se tolhido por um sistema de jogo sem profundidade, Bernardo foi de mais a menos e Cristiano Ronaldo pareceu sempre um náufrago agarrado aos destroços da equipa.
Quando, à medida que o relógio caminhava para o minuto 90, Fernando Santos foi tratando de povoar os caminhos da baliza lusa, apostando num empate que saberia a vitória, chegou a pensar-se que, apesar de muito sofrimento, talvez a noite acabasse em festa. Mas, por mais que custe reconhecê-lo, o golo de Mitrovic deu justiça ao placard, entregando o triunfo a quem mais fez por ele.
Agora, depois deste banho de água gelada, com um play-off indesejado no horizonte, que reflexão deve ser feita? O mais fácil é discutir o treinador, mas a verdade é que há jogadores que desaparecem quando vestem a camisola das quinas e nada têm a ver com aquilo que são nos clubes. A quente, o que apraz dizer é que a equipa de todos nós tem de reinventar-se em atitude, e dar por terminados alguns ciclos. Como é possível que a bola queime alguns futebolistas de exceção? Como é possível que se olhe para Portugal e se conclua que aquilo que mais falta é bom futebol? Como é possível que a equipa que nos encantou tantas vezes ande triste e acabrunhada, como se estivesse a precisar de algumas sessões no divã do psiquiatra? É que, a jogar assim, não ultrapassamos o play-off, seja contra quem for...
ÁS — PATRICE LAGISQUET
Depois da vitória histórica sobre o Canadá, uma tremenda exibição frente ao fortíssimo Japão, perante 11 mil adeptos, em Coimbra! Estes Lobos, liderados por Patrice Lagisquet, fazem-nos sonhar com a presença no próximo Mundial, a disputar em França. Estão de regresso os dias da esperança ao râguebi português...
DUQUE — FERNANDO SANTOS
A Seleção Nacional parece viver uma crise existencial e o selecionador, por mais que estejamos gratos por tudo o que fez e lhe reconheçamos competência e idoneidade, está na primeira linha das críticas, cabendo-lhe a responsabilidade de encontrar soluções para este grande problema que vive a equipa de todos nós.
DUQUE — JOÃO MOUTINHO
O médio do Wolverhampton, guerreiro de mais de uma centena de batalhas com a camisola das quinas, exemplifica a necessidade de renovação que bate à porta da Seleção. Ontem, errático nos passes, nem o rendimento mínimo foi capaz de entregar, perdido na inferioridade numérica a meio-campo que tramou Portugal.