As birras dos meninos
Quem tem filhos sabe que as birras das crianças surgem sempre, independentemente, do local ou do contexto, mas normalmente em alturas péssimas.
Lembrei-me disto a propósito das declarações do presidente do Marítimo, Carlos Pereira, que faz finca-pé em querer jogar na Madeira apesar de todas as recomendações da DGS para que assim não seja. Provavelmente, só vai corrigir a atitude como acontece com as crianças - à força. Não à força da violência, mas do argumento mais forte de todos neste contexto, o do dinheiro.
Mas no futebol português as birras são frequentes e afetam quase todas as figuras, tenhamos ou não simpatia por elas. Por exemplo, não encontro qualquer razão plausível para a não reformulação dos quadros competitivos por parte da FPF - é inegável que precisam de ser mudados e esta altura poderia servir de conjuntura ideal.
Quem também parece estar em negação é Luís Filipe Vieira, que cada vez que aparece fala sempre em mais uma ida ao Marquês e em dar tudo para chegar ao título. Mas o Benfica já desperdiçou os sete pontos de vantagem que teve para o FC Porto e Vieira, com tantos anos de experiência, devia saber que as palavras valem o que valem e o peso é avaliado, muitas vezes, em função das circunstâncias. E a circunstância encarnadas nos últimos tempos não foram boas.
Quem agradece este confinamento é Frederico Varandas, que assim não tem de aturar as birras constantes das claques.
Em frente à porta da minha casa, continua um cartaz gigante com a mensagem do momento: vaificartudobem. Cada vez acredito menos nele. Vai ficar tudo exatamente na mesma. Ou melhor, vai ficar pior, porque os protagonistas estarão todos um pouco mais velhos.