Adeus, 2019! Viva, 2020!
Se esquecermos a habitual propaganda, pouco mudou por cá. Benfica e FC Porto, sendo esta a hierarquia mais recente, lutam pelo domínio. O Sporting debate-se com lutas internas e acrescenta-lhe a crise financeira, agravada com as mais-valias perdidas no hara kiri de Alcochete. Ao SC Braga faltará cultura de vitória, que só se enraizará com paciência, teimosia e um rumo.
2019 despede-se enquanto águias e dragões tentam, circunstancialmente ou não, tornar-se mais criativos, a partir do duplo-pivot. Já os leões aparentam estar mais imunes à Lei de Murphy. Sinais a confirmar na Europa. Hopefully.
Bruno Fernandes e Pizzi permanecem como figuras maiores do campeonato e não se veem mudanças no horizonte. A cortar o êxtase dos golos e das vitórias, e a tentar atenuar o desânimo das derrotas, o ruído continua a pairar sobre réus escapatórios, agora os VAR. Já atingiu mais decibéis - ou estaremos já habituados -, mas continua presente. Resistem para já as linhas de fora do jogo porque não há conhecimento sobre um processo que deveria ter sempre intervalo de erro.
Há chicotadas a mais, os dirigentes são os agentes mais fracos. Federação e Liga não fogem ao politicamente correto e, também por isso, é tão aceitável o status quo. As importações de jogadores e treinadores mantêm-se de fraca qualidade e tudo se reflete em campo. É o que o país forma e exporta que vai mantendo o seu nome bem vivo no panorama internacional. Aí, mesmo com a nata que produzimos, a Seleção joga de menos. Ou novo raio cai segunda vez no mesmo sítio ou o Euro-2020 será duro. Bem mais do que eleger a figura do ano. Acima de Messi, Ronaldo ou Van Dijk, Jurgen Klopp montou um Liverpool extraordinário e merece todas as honras.
Na despedida, fica o desejo: que 2020 nos traga, sobretudo, ainda melhor futebol! Jogado e falado, claro. Bom ano?