A concentração dos melhores
Nos países de menor dimensão populacional, em que o futebol de formação tem jogadores com potencial, é cada vez mais comum que a composição da seleção A seja composta por elementos de vários clubes. A capacidade económico-financeira dos de maior dimensão permite-lhes contratar os mais capazes, e dessa forma elevar o nível da sua competição interna e também ajudam a elevar a prestação desportiva desses futebolistas, e assim a tornar as seleções nacionais dos de menor dimensão com mais, e melhor, soluções. As competições internacionais de seleções têm hoje mais equilíbrio do que aquele que existia antes desta globalização.
O mesmo já não acontece nas competições internacionais de formação, e muito menos no escalão inicial. Normalmente, nos pequenos países, existe um núcleo mais restrito de clubes que estão representados. Na última terça-feira a seleção de sub-17 iniciou a fase de apuramento para o Europeu da categoria, em Viseu, e apresentou no seu onze inicial jogadores de 8 equipas, 6 nacionais e 2 francesas, sendo que nenhuma delas estava representada por mais que 2 jogadores. Um facto que passou despercebido a muitos, mas que merece a atenção devida. Não para retirar qualquer tipo de dividendos, nomeadamente em relação ao processo de observação de jogadores, antes para percebermos que quanto mais as competições forem equilibradas maiores são as probabilidades de potenciarmos os talentos emergentes. Este talento existe no litoral e no interior, no norte e no sul, dentro e fora de Portugal.
Para termos futuro na competição internacional torna-se fundamental melhorar o nosso processo interno. A competição deve ser adequada ao nível do praticante e o mais equilibrada possível. Depois, a concentração dos melhores faz-se no espaço das seleções nacionais.