«Vi o Europeu na TV e senti que devia estar ali a lutar junto dos meus companheiros»
Alexis Borges foi a grande novidade dos convocados para o torneio pré-olímpico, voltando à Seleção de andebol mais de um ano depois (FPA)

«Vi o Europeu na TV e senti que devia estar ali a lutar junto dos meus companheiros»

ANDEBOL12.03.202409:30

Alexis Borges regressa ao grupo depois de ter abdicado após o Mundial de 2023. «Sofrimento» a ver Europeu por fora pesou na hora de tomar a «decisão certa»

«Acho que chegou o momento... novamente». Mais de um ano depois da última presença na Seleção, da qual abdicou depois do Mundial de 2023, Alexis Borges foi a grande surpresa na convocatória de Paulo Jorge Pereira para o torneio pré-olímpico que arranca na quinta-feira, na Hungria, e que pode valer a segunda participação do andebol português nos Jogos Olímpicos. A chamada do pivô de 32 anos causou natural surpresa, mas o jogador garante que não podia estar mais satisfeito.

«Tomei a decisão correta de voltar a esta família. Estou aqui novamente para ajudar a equipa, para lutar e dar tudo. Este tempo que estive fora da Seleção foi importante para analisar muitas coisas, em termos desportivos e pessoais. Quis dedicar-me um pouco mais à família e ter algum tempo para mim. Agora estou cá e sinto-me bem. Por isso, só deixarei de estar na Seleção se não for convocado», assegura o jogador do Benfica.

Em declarações prestadas em Matosinhos, onde os Heróis do Mar estão concentrados para preparar uma competição em que vão ter três jogos em quatro dias, o atleta luso-cubano que conta com mais de 60 internacionalizações assume que lhe custou assistir ao Europeu pela televisão, e que esse sentimento foi uma das razões que o levou a mostrar-se novamente disponível para a Seleção.

«Senti muitas saudades de estar com este grande grupo e partilhar bons momentos com os meus companheiros, tanto dentro como fora do campo. Vi o Europeu e senti que podia ter ajudado e que devia estar na luta junto deles. Essa foi uma das coisas que me fez voltar. Estive a torcer de fora, com aquele bichinho e as mãos a suar», confidencia.

Para fazer história... outra vez!

Se em Tóquio o andebol se tornou na primeira modalidade portuguesa de pavilhão a chegar aos Jogos Olímpicos, Alexis Borges admite que ninguém pensa noutra coisa que não seja fazer história novamente.

Antes disso, porém, é preciso ultrapassar Noruega, Tunísia e Hungria, num grupo em que apenas duas seleções asseguram o bilhete para Paris2024. «O mais importante é nós acreditarmos e acreditamos! Já estivemos uma vez nos Jogos Olímpicos e por que não ir a segunda vez? Esse é o nosso foco. Vamos lutar para conseguir a qualificação», garante, assegurando que todo o grupo está confiante no apuramento.

«Acredito que tudo é possível, mas vai ser muito difícil. É uma questão de dedicação e concentração. Não podemos ir com a ilusão de que tudo correu bem no Europeu porque ganhámos à Noruega. Temos de ir confiantes, sim, porque sabemos o potencial que temos, mas não pode ser confiança a mais. Temos de trabalhar muito, manter o foco, e lutar», receita.

Portugal inicia a competição precisamente contra o conjunto nórdico, na quinta-feira, defrontando a Tunísia no sábado e a anfitriã Hungria no domingo, num jogo que pode ser decisivo para as duas equipas.

De resto, esse jogo contra os magiares vai marcar o reencontro de Alexis com Chema Rodríguez, o técnico espanhol que treinou o Benfica durante três anos. «Trabalhámos juntos muito tempo e é um treinador que admiro muito. Mas vai ser uma luta de gato e rato. Ele conhece-nos bem, nós também sabemos qual a forma como ele gosta de jogar e vai ser um jogo para decidir nos detalhes», antecipa, sobre a equipa que alcançou o 5.º lugar no Europeu de janeiro, o melhor resultado de sempre.