Michael Phelps quer medalha na saúde mental: «Pensei em cometer suicídio e quero ajudar essas pessoas»
Michael Phelps e uma das suas medalhas de ouro IMAGO / ISOSPORT
Foto: IMAGO

Michael Phelps quer medalha na saúde mental: «Pensei em cometer suicídio e quero ajudar essas pessoas»

MODALIDADES15.11.202319:55

Antigo nadador deu uma conferência onde abordou os momentos mais difíceis da carreira

Michael Phelps é um nome incontornável do desporto mundial e dispensa apresentações. O antigo nadador americano conseguiu 28 medalhas em Jogos Olímpicos (23 ouros, 3 pratas e 2 bronzes) e agora quer mais uma, na saúde mental.

Phelps esteve presente no #WOBI do World Business Forum (Fórum Empresarial Mundial), realizado no centro de exposições IFEMA, em Madrid, onde se juntou à também lenda da modalidade, Teresa Perales.

Importante foi ainda mais o discurso do ex-atleta, que agora revela ter tido uma carreira assombrada por algumas questões psicológicas: «Eu não queria estar vivo. Não comia, não bebia, fui para um centro de recuperação. Eu estava a lutar pela minha vida mais do que as pessoas poderiam imaginar», contou, citado pela Marca, a propósito de uma segunda depressão por que passou em 2014, depois de já ter enfrentado o mesmo problema em 2004.

Phelps aproveitou para recordar as suas primeiras braçadas numa modalidade solitária como a natação. Agora, esta experiência de altos e baixos fá-lo ser um dos pioneiros na defesa da saúde mental: «Estou confortável, mas sei que há muitas pessoas que têm problemas de saúde mental. Uma em cada quatro pessoas tem um problema de saúde mental e não fala sobre isso. Se todos conversássemos, seria algo normalizado. É claro que, com a pandemia, toda esta questão evoluiu. Se alguém estiver a sentir-se solitário, como fez na pandemia, é bom que partilhe as suas emoções», destacou, deixando ainda alguns conselhos a quem passe por este problema:

«Tirem 10 ou 30 minutos por dia para vocês mesmos, vão ao ginásio... Devem procurar algo pelo qual sejam apaixonados. Foi difícil para mim encontrá-lo. Eu roía as unhas, não sabia o que fazer», recordou.

Phelps tem ainda as ideias bem definidas nesta altura: «Quero ajudar as pessoas que estão a lutar. Quero salvar vidas. Também pensei em cometer suicídio e quero ajudar essas pessoas. Há luz no fim do túnel. Falar sobre essas questões salvou a minha vida. Quero lembrar as pessoas que não estão sozinhas», relatou. Para os mais novos, lançou um desafio: «Quero ensinar às crianças que, não importa o que procurem, é sempre possível alcançar», concluiu.