FC Porto: de sensacional a banal na Taça Europa

FC Porto: de sensacional a banal na Taça Europa

BASQUETEBOL15.11.202320:20

Portistas, que ainda não haviam perdido na prova, desperdiçaram uma vantagem de 13 pontos a 3 minutos do fim, e em vez de deixar correr o tempo, insistiram em ganhar como haviam chegado até ali: através de triplos. Só que quem passou a marcá-los foi o Bakken Bears.

Ao perder, incrivelmente, esta quarta-feira ante o Bakken Bears por 113-99, após dois prolongamentos (16-27, 26-23, 17-13, 25-21, 10-10, 19-5), para a 5.ª jornada do Grupo E da Taça Europa, o FC Porto, que ainda não sofrera qualquer desaire, não só desperdiçou a oportunidade de se qualificar de imediato como primeiro do grupo para a segunda fase, como desperdiçou a vantagem de 13 (67-80) a 3.24m do fim contra uma formação dinamarquesa que ainda não ganhara e até então levava 0/14 em lançamentos de três pontos. 

Inexplicáveis erros cometidos nos derradeiros minutos do 4.º período, quando era preciso manter a cabeça fria e fazer correr o cronómetro, e insistência dos mesmos ao longo do prolongamento, ditaram a sorte dos dragões que nos segundos 5m para se encontrar o vencedor viram-se impotentes para travarem um parcial de 19-5, que fechou com a sequência de 12-2 e na qual Malik Parson (29) converteu 12(!) dos seus 15 pontos só nesse tempo extra. 

Quando, a 1.17m do fim do quarto inaugural, sete triplos dos azuis e brancos, quatro dos quais de um então imparável Anthony Barber (19 pts, com 6/10 em lanç. 3) davam a vantagem de 12-25, pouco fazia prever como acabaria por ser o desfecho da formação orientada por Fernando Sá. 

Graças a uma eficácia fora do vulgar para lá dos 6,75m e rotação de bola no ataque que permitia criar a melhor oportunidade – quando não acontecia Barber tratava de a arranjar desequilibrando o defensor –, no segundo quarto Charlon Kloof (14 pts, com 3/4 em lanç.3, 6 res, 7 ass) ajudou à festa dos triplos. E se no início do quarto os Bears ainda haviam reduzido a 5 (23-28), na ida aos balneários ela mantinha-se em 42-50.

Incrivelmente, os visitados mantinham-se na luta graças aos lançamentos próximos da tabela, com destaque para Darko Jukic (26 pts, 6 res, 7 ass), então responsável por 15 dos pontos de uma equipa que não convertia nada de longa distância (0/8).

Do lado contrário, apesar de 9 turnovers – os portistas acabaram com 18 contra 13 do Bakken – Barber, com 6/9 em lançamentos de três, era a estrela maior de um conjunto que levava 11/17 na mesma situação.  

Ainda assim os Bears regressaram ambiciosos e DeAndre Pinckney (15 pts, 6 res, 3 ass), num parcial de 7-0 (55-57) ajudou a que o fosso no marcador baixasse aos 55-57 antes de, no início do 4.º período, surgisse a primeira igualdade a 63-63 a que quatro triplos consecutivos da equipa portuguesa (63-75), dois de Barber e outros tantos de Cleveland Melvin (21 pts, 8 res, 3 ass), recolocaram o FC Porto numa liderança segura após nova bomba de Aaron Harrison (13) a 3m do fim. 

O que então mudou daí para a frente? Os dragões não souberam gerir a diferença, insistiram em resolver tudo individualmente através de triplos e… o Bears começou a marcá-los: três para obrigar o prolongamento (84-84) e mais dois para chegar ao comando (87-84, 90-86) pelas primeiras ocasiões. Nos últimos 5 minutos nem foi preciso marcá-los.