«Se Evanilson tivesse entrado de início, duvido que tivesse dado a resposta que deu»
Sérgio Conceição no Antuérpia-FC Porto.

«Se Evanilson tivesse entrado de início, duvido que tivesse dado a resposta que deu»

NACIONAL25.10.202323:02

Sérgio Conceição tentou adaptar novamente André Franco a lateral-esquerdo, mas explica o que correu mal. E deixou uma pequena provocação aos belgas...

O avançado brasileiro entrou no final da primeira parte, devido à lesão de Wendell, e fez um hat-trick. Mas Sérgio Conceição nem quer ouvir alguém dizer que devia ter sido titular.

O que foi preciso pedir ao intervalo?

«Foi preciso alertar os jogadores para o que foi trabalhado antes deste jogo, lembrar a cada um deles as suas tarefas para hoje. E, a partir daí, meter aquilo que somos como equipa: a agressividade com e sem bola, definir bem as nossas zonas e os diversos momentos para pressionar o adversário. Não estávamos bem, com bola nem sem, corríamos muito e de forma errada. Independentemente disso, podíamos ter feito golo na primeira parte. Fou preciso retificar ao intervalo. Meter essa intensidade e agressividade, e uma forma de estar no jogo que permite pouco ao adversário e cria situações, muitas, no último terço, até podia ter dado mais um ou outro golo.»

 

Foi um dos jogos que ganhou ao intervalo?

«Estou preparado para os papagaios dizerem que o Evanilson devia ter sido titular. Mas duvido muito que, se tivesse entrado de início, desse a resposta que deu, porque estava destinado já a entrar. Depois dependia do momento em que eu achava que ele devia entrar e que está preparado em termos físicos para dar à equipa aquilo que tem de dar. E que deu, no fundo, nos segundos 45 minutos. A confiança e o respeito que tenho pelo Antuérpia não significa medo. Não temos medo de nenhuma equipa no mundo. O que houve na segunda parte foi uma equipa de acordo com a nossa identidade. Melhorámos situações que era obrigatório melhorar, estávamos a permitir ao adversário condicionar a nossa dinâmica em posse. Foi muito importante o intervalo e demos a resposta dentro do que somos como equipa. O treinador está cá para isso, para retificar, melhorar. Ou tentar, às vezes não se consegue.»

 

Evanilson, além dos golos, melhorou a pressão? Tirou o André Franco, sentiu dificuldades dele a lateral-esquerdo?

«Sim, o André está a trabalhar nesta posição há não muito tempo, é normal que com bola esteja confortável, mas sem bola, perante um jogador rápido e poderoso como tinha o Antuérpia no seu lado, decidi meter o Jorge Sánchez, que está mais habituado a estes palcos e nível de competição. E o João Mário [que foi nessa altura para lateral-esquerdo] tem velocidade e está mais rotinado a lateral do que o André. Fui a procura do equilíbrio e foi conseguido. Quanto ao trabalho defensivo, não só do Evanilson mas da equipa toda, porque um jogador não consegue isso sozinho. Mas fico contente pelo Evanilson, os avançados gostam de fazer golos. Por mim, se for o Diogo Costa a marcar não me importo nada, basta que ganhe o jogo.»

 

Para terminar, uma provocação: «Quero desejar todas as felicidades ao Antuérpia e principalmente ao meu Standard de Liège. Força, Standard!», disse, arrancando alguns risos contidos aos jornalistas belgas presentes.