Ronaldo Fenómeno com a camisola do Real Madrid
Ronaldo Fenómeno com a camisola do Real Madrid
Foto: IMAGO

«Ronaldo estava gordo, não queria perder peso, mas o pior não era isso»

INTERNACIONAL08.03.202511:40

Fabio Capello elogia antigo internacional brasileiro, mas deixa reparo. Fala ainda de Guardiola, que considera ter feito mal ao futebol

Fabio Capello treinou o Real Madrid em 1996/1997 e 2006/2007 e deixou rasgados elogios a Ronaldo Fenómeno. 

Fabio Capello. Foto IMAGO

«O melhor jogador que treinei. Corri com ele», começou por confessar, em entrevista ao El Mundo, lembrando quando permitiu a saída do antigo internacional brasileiro. 

«Estava gordo, não queria perder peso e gostava demasiado da vida alegre. Além disso, o pior não era isso. Arrastava os colegas de equipa para essa vida e acabava por me criar um problema ainda mais grave. Dei-lhe a opção de perder peso e comportar-se. Não quis, fora», revelou, destacando, ainda assim, as qualidades de Ronaldo. 

«Sem lesões e cuidando-se, Ronaldo teria sido o número um da história ao nível de Messi e Maradona. Por um lado, não pôde e, por outro, não quis», apontou. 

Capello chegou a treinar Pep Guardiola na Roma

«Não discutimos. Veio dizer-me como tinha de fazer o meu trabalho e eu respondi-lhe. ‘Corre e depois falas’. Sabes o que não gosto no Guardiola? A arrogância. A UEFA Champions League com o Manchester City foi a única em que não tentou nada de estranho nos jogos decisivos. Mas nos outros anos, em Manchester e Munique, nos dias-chave queria ser o protagonista. Mudava coisas para poder dizer: ‘Não são os jogadores que ganham, sou eu’. E essa arrogância custou-lhe várias UEFA Champions League. Respeito-o, mas tenho isso claro. Além disso, ainda que não seja só culpa sua, causou um dano tremendo ao futebol», referiu. 

O Manchester City teve uma quebra esta temporada, mas Capello, entre risos, garante não estar a desfrutar dessa queda. 

«Dou valor ao Guardiola como treinador. Fez coisas maravilhosas. Vivi três revoluções no futebol, uma a cada 20 anos ou assim: o Ajax de Cruyff, o Milan de Sacchi e o Barcelona de Guardiola. Não tenho qualquer problema em dizê-lo», completou.