‘Pé frio’ no Brasileirão tem recordistas: Vagner Mancini, Nino Paraíba e Henrique Almeida ‘reis’ da despromoção
Vagner Mancini, treinador do América Mineiro (Foto: Sports Press Photo/IMAGO)
Foto: IMAGO

‘Pé frio’ no Brasileirão tem recordistas: Vagner Mancini, Nino Paraíba e Henrique Almeida ‘reis’ da despromoção

INTERNACIONAL10.11.202323:58

Treinador e jogadores estão agora, confirmada a queda do América Mineiro, associados a sete descidas de divisão para a Série B

Durante décadas clube sobe e desce no Brasileirão, o América Mineiro tinha conseguido, nos últimos anos, contrariar a sua própria história e, sob a gestão de Alencar da Silveira Júnior (presidente) e Marcos Salum (futebol e negociações com eventuais parceiros na Sociedade Anónima do Futebol -SAF), esta foi a terceira campanha consecutiva na Série A, com presenças, inclusive, na Taça dos Libertadores da América e na Taça Sul-Americana. 

A verdade, porém, é que o América Mineiro caiu, de novo, e em 2024 vai evoluir na Série B. É a primeira equipa matematicamente despromovida e isso envolve, desde logo, 42 futebolistas que esta época defenderam as cores do clube de Belo Horizonte e os técnicos que iniciaram e concluíram, sem sucesso, o percurso no estadual, competições continentais e Brasileirão

A despromoção do América Mineiro resulta, desde logo, em três novos máximos negativos. Vagner Mancini, o técnico que iniciou a época, e os futebolistas Nuno Paraíba (lateral-direito) e Henrique Almeida (avançado, com passagem pelo B-SAD em 2018/2019) são, agora, os novos recordistas pé frio do Brasileirão, os que mais vezes estiveram envolvidos em campanhas que culminaram com a descida à Série B na história dos pontos corridos (ou seja, desde 2003).

Sétima despromoção na carreira

Esta foi, assim, a sétima despromoção para a Série B a que Vagner Mancini está associado na sua carreira. Antes do América Mineiro, o atual treinador do Ceará (11.º classificado da Série B, mas já garantido na competição em 2024) participou nas campanhas de Guarani (2010), Ceará (2011), Sport Recife (2012), Botafogo (2014), Vitória da Bahia (2018) e Grêmio de Porto Alegre (2021) que culminaram na descida de divisão. De permeio, conheceu o sucesso na fuga à despromoção ao dirigir o Cruzeiro (2011), Athletico Paranaense (2013), Vitória da Bahia (2017) e Corinthians (2020).

Relativamente aos jogadores, Nino Paraíba e Henrique Almeida já não integram, há algum tempo, o plantel do América Mineiro, mas contabilizaram ainda quatro jogos no campeonato pelo emblema de Belo Horizonte. 

O lateral-direito Nino Paraíba, de 37 anos, deixou o América depois de ver o seu nome envolvido na Operação Penalidade Máxima, que investigou o esquema de apostas que abalou o futebol brasileiro, ainda tentou o Paysandu, enquanto o avançado Henrique Almeida, de 32 anos, transferiu-se para o Vila Nova (Série B) na janela de mercado de agosto. 

Assim, com a sétima despromoção nas carreiras, Nino Paraíba e Henrique Almeida ultrapassaram Rafael Moura (antigo avançado, 40 anos, que deixou os relvados em 2021 ao serviço do Botafogo), que até então era o dono do indesejado recorde. 

Nino Paraíba, recorde-se, desceu duas vezes com o Vitória, em 2010 e 2014, com o Avaí, em 2015, a Ponte Preta, em 2017, o Bahia, em 2021, o Ceará, em 2022 e, por fim, o América, este ano. Já Henrique Almeida foi despromovido no Vitória, em 2010, no Sport Recife, em 2012, no Bahia, em 2014, no Coritiba, em 2017, duas vezes ao serviço da Chapecoense, em 2019 e 2021, e agora no Coelho.

Fim da linha para Nino Paraíba

Para Nino Paraíba este pode mesmo ser o fim da linha. O lateral-direito é um dos 12 futebolistas denunciados na Operação Penalidade Máxima, que investiga a manipulação de resultados em jogos do Brasileirão de 2022, e o seu contrato com o Paysandu já tinha mesmo sido suspenso automaticamente em agosto.

Inicialmente suspenso por 480 dias e multado em 40 mil reais (cerca de 8 mil euros), Nino Paraíba viu o seu castigo reforçado pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva para 720 dias e uma multa de 100 mil reais (perto de 20 mil euros ao câmbio atual). Só em 2025 poderá, assim, voltar a jogar, o que se afigura de todo improvável, não só pela idade (terá, então, 39 anos), mas também por estar marcado por um dos episódios mais tristes e polémicos do futebol brasileiro nos últimos anos.