Paulo Fonseca e o castigo pesado: «Querem fazer de mim um exemplo no futebol francês»

INTERNACIONAL10.04.202510:45

Treinador do Lyon contesta decisão e lembra passagem pelo Milan

Paulo Fonseca terá a oportunidade de voltar a estar no banco a comandar a equipa do Lyon no duelo com o Manchester United, de Ruben Amorim, a contar para a primeira mão dos quartos de final da UEFA Europa League.  

O treinador português foi castigo de forma severa – nove meses –, depois de ter confrontado o árbitro no encontro com o Brest, na Ligue 1. O técnico poderá estar no banco diante dos red devils, uma vez que o duro castigo que lhe foi aplicado em França não é extensível às competições europeias.   

«O único ponto positivo em toda esta situação é que agora tenho outra perspectiva para assistir ao jogo. É fácil ver de onde estou agora. O mais difícil é não poder contactar com os jogadores antes e durante os jogos ou no intervalo. É mais difícil gerir as coisas. Mas estamos bem organizados e fizemos uma boa preparação. Mesmo comigo longe, as coisas estão a ir muito bem», comentou, em declarações ao The Guardian, dizendo que a suspensão de nove meses é «inacreditável». 

«É claro que o que fiz não foi correto e deveria pagar por isso. Mas gritei com o árbitro, não tive qualquer contacto com ele nem cometi nenhuma [violência]. Querem fazer de mim um exemplo no futebol francês. Acho que estou a pagar não pelo que fiz, mas pelo momento em que estamos. Mas eu não deveria ser um exemplo, deveria pagar apenas pelo que fiz», prosseguiu. 

«É injusto, mas estamos a lutar contra essa decisão e acredito que as coisas podem mudar. É difícil entender quando vemos tantas situações como essa em todos os países e ninguém recebeu um castigo como eu», acrescentou. 

Paulo Fonseca agradeceu a John Textor, dono do Lyon, pelo apoio. 

«Foi isso que me fortaleceu e me fez querer continuar. É incrível. Quando tens tanto apoio, precisas de lutar, acreditar no que podes fazer pelo clube», acrescentou. 

Paulo Fonseca chegou ao Lyon com a época a decorrer, depois de deixar o Milan, onde foi rendido por Sérgio Conceição. 

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«Podemos lembrar a última década do Milan. Venceram a Série A uma vez. É um momento difícil para eles. Tive muito gosto em estar lá e lamento muito não ter tido tempo para continuar o meu trabalho. Acho que a mentalidade na Itália é totalmente diferente da Inglaterra, onde se dá tempo ao treinador. Mas é a maneira como eles vivem o futebol lá», apontou. 

Em França, o treinador luso pretende devolver o Lyon às glórias do passado, mas sabe que será difícil num campeonato que o PSG já conquistou esta temporada. 

«Sabemos que há uma grande diferença entre PSG e todos os outros, porque o investimento é muito diferente. Mas eu gosto da Ligue 1. Temos sete equipa a lutar por vagas na UEFA Champions League», apontou. 

Paulo Fonseca deixou o futebol português em 2016/2017 para rumar ao Shakhtar Donetsk, onde esteve três temporadas. O treinador português é casado com Katerina, de nacionalidade ucraniana.

«É muito difícil para mim assistir ao que acontece lá todos os dias. Nos últimos dias, vimos como os assassinatos continuam... a matar crianças e pessoas inocentes. O mundo está numa situação muito perigosa. Não creio que esteja a ser feito um grande esforço para resolver a situação. É difícil imaginar situações como as da Ucrânia, Palestina...», completou. 

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