E. Amadora-FC Porto, 2-0 Na casa onde ninguém Mora: as notas dos jogadores do FC Porto
Ainda que (muito) longe do brilhantismo recente, jovem médio-ofensivo tentou remar contra a maré. Alan Varela também saiu da monotonia generalizada. Os restantes? Fizeram gazeta à noitada da Amadora
A figura: Rodrigo Mora (5)
Quando a equipa não apresenta argumentos, os criativos são sempre dos mais prejudicados. Ainda assim, o pequeno (grande) artista nunca se vergou e quis ter bola, mostrando-se ao jogo. A maior parte das vezes sem sucesso, é verdade, mas louve-se-lhe a ousadia no meio de tanta apatia. Remate forte, aos 73 minutos, travado por João Costa. Se nos últimos dois jogos – diante de Casa Pia e Famalicão – conseguira espalhar toda a sua magia, frente ao Estrela da Amadora não teve a influência que é habitual, muito por culpa da junção de dois fatores: a excelência do posicionamento dos elementos do meio-campo tricolor e a ausência de ideias dos jogadores portistas, que nunca encontraram caminhos para que o 86 soltasse o génio que tem no corpo. E quando a redondinha não chega em condições aos pés de quem sabe…
Cláudio Ramos (4) – Tinha apenas quatro jogos oficiais esta época (dois para a Taça de Portugal e outros tantos para a Taça da Liga), mas entrou bem no jogo de estreia na presente edição do campeonato: que mancha sublime a negar o golo a Kikas (5’)! Foi estando atento noutras situações ao longo do encontro – mais uma belíssima intervenção a remate de longe de… Kikas (76’) -, mas teve um momento de infelicidade ao cometer penálti sobre Leonel Bucca, lance aproveitado, depois, por Alan Ruiz para sentenciar o desafio (62’).
Zé Pedro (4) – Até foi seu o primeiro sinal de perigo dos dragões, com um remate fortíssimo, de fora da área, que saiu a rasar a barra (14’), mas defensivamente esteve em constante sobressalto, sendo batido várias vezes em velocidade. Aos 35 minutos, quase comprometia o processo defensivo, falhando na comunicação com Cláudio Ramos. Valeu que Kikas tem apenas 1,77 metros. Se tivesse mais meia dúzia de centímetros…
Eustáquio (3) – Kikas foi o seu maior inimigo. Sempre que o ponta de lança foi lançado em profundidade, o internacional canadiano esteve metido em problemas. Foi assim logo aos 5’, o mesmo acontecendo apenas dois minutos depois. Se aí não houve males maiores, o mesmo não se pode dizer do que aconteceu aos 38’, quando voltou a ser batido nas costas e o camisola 98 dos tricolores não perdoou e abriu o ativo. Saiu visivelmente insatisfeito (com o resultado ou também com a sua exibição?).
Marcano (5) – Foi o bombeiro aos 7 minutos, a impedir, de cabeça e já muito perto da linha de golo, que Kikas (quem mais?) faturasse. Pouco depois, os 24’, voltou a dizer presente ao dobrar os seus companheiros e a voltar a evitar males maiores para a sua baliza.
João Mário (4) – Também foi algumas vezes batido pelo flanco e pouco acrescentou nas missões ofensivas. Subiu no terreno após a entrada de Martim Fernandes, mas nem aí conseguiu fazer a diferença.
Fábio Vieira (4) – O amarelo que viu aos 34 minutos foi o momento do jogo em que a sua exibição teve mais… cor. A um criativo da qualidade do 10 pede-se sempre mais, mas a verdade é que o esquerdino nunca conseguiu pegar na batuta para definir no último terço. Ainda tentou assistir, de bola parada, mas nem essa especificidade lhe saiu bem.
Alan Varela (5) – Também teve responsabilidades na sala de máquinas, uma vez que apresentou debilidades na zona de pressão, mas de falta de entrega não o podem acusar. Lutou como pôde e tentou reabilitar a equipa à entrada para o último quarto de hora, mas o míssil que desferiu do meio da rua foi travado de forma superior por João Costa (78’).
Francisco Moura (4) – O esquerdino não escapou aos momentos de sofrimento defensivo vivido pelos azuis e brancos e perdeu mais duelos do que aqueles que ganhou. Além disso, e ao invés do que é habitual, não explorou o flanco ofensivo como é seu apanágio.
Pepê (3) – Eduardo Gabriel Aquino Cossa. Foi este cidadão brasileiro que envergou, esta noite, a camisola 11 do FC Porto. Porque o Pepê que todos os adeptos portistas conhecem (e que idolatraram, tantas foram as tardes e noites de brilhantismo que o internacional canarinho já rubricou de dragão ao peito) não esteve na Reboleira.
Deniz Gul (4) – Um remate perigoso (33’). Foi este o filme de 45 minutos do ponta de lança internacional turco. Não regressou (naturalmente) para a segunda parte.
Samu (4) – Onde anda o goleador que encantou no início da temporada e que chegou, com todo o mérito, à seleção de Espanha?
Martim Fernandes (4) – A ideia era dinamizar o corredor direito, mas não conseguiu.
William Gomes (4) – Não se deu bem com a noite… da Amadora.
Danny Namaso (3) – Também sentiu na pele a escuridão dos céus lisboetas.
André Franco (-) – Sem tempo para o que quer que fosse.
O Mora nos outros dois jogos, deu para esconder o problema de toda a época. Não há futebol, não há concentração, não há nada. 4o lugar é generoso para esta equipa