Mais um falhanço: o que se passa com João Félix?
Mais um falhanço. É assim que se pode definir a temporada de João Félix, que começou 2024/25 no Chelsea, mas acabou por ser emprestado no mercado de inverno ao Milan, de Sérgio Conceição. Porém, também não rendeu em Milão, mesmo às ordens de uma cara conhecida, não convencendo a direção rossoneri, nem os próprios adeptos, a fazer um esforço para o manter no plantel.
Tal como o seu treinador, o extremo está de saída de Itália e vai mesmo regressar a Londres, embora o futuro continue em aberto, sendo provável um novo empréstimo ou até uma transferência em definitivo no próximo verão. A gota de água foi a final da Taça perdida diante do Bolonha (0-1), esta quarta-feira, em que entrou para a última meia-hora e voltou a não dar bons sinais dentro de campo, o que levou o jornalista Fabrizio Romano a confirmar as saídas iminentes de Félix e Conceição, no final da temporada.
No entanto, as coisas até começaram da melhor maneira para o ex-Benfica no Milan: o luso marcou na estreia, precisando apenas de 11 minutos em campo para fazer um chapéu ao guarda-redes da Roma e garantir a passagem às meias-finais da Taça (3-1), sendo que no seu primeiro mês até já se falava na possibilidade de continuar em Itália...
O problema é que esse foi mesmo o ponto alto de João Félix na sua passagem pelo clube italiano, não voltando a faturar nos restantes 18 jogos. O atacante até foi titular nos primeiros jogos da Serie A e também no play-off da UEFA Champions League contra o Feyenoord (1-2), mas rapidamente perdeu esse protagonismo na equipa de Conceição e passou a ser apenas uma opção a partir do banco para a segunda parte.
Este parece ser um problema recorrente em João Félix: começa muito bem as suas aventuras, mas acaba por não conseguir manter esse nível. Isso verificou-se no Chelsea, no Barcelona e também no Atlético Madrid, comparativamente com o Benfica, apesar de só ter estado uma temporada na equipa principal, a sua melhor da carreira em termos de contribuições diretas para golo.
Tudo ou nada para João Félix
Esta época prometia ser o tudo ou nada para Félix. Cinco anos depois de ter deixado o Benfica pelo Atlético Madrid, a troco de quase 130 milhões de euros, o internacional português lá se conseguiu se livrar definitivamente de Diego Simeone, que era visto por muitos como um dos maiores culpados pelo não aproveitamento da qualidade do atleta, mas parece agora que o técnico argentino não era o único problema do avançado.
No último verão, depois de um ano passado em Barcelona, onde mostrou, de certa forma, um bom nível, embora não o suficiente para convencer os catalães a ignorar a crise financeira e a apostar nele, os blues pagaram cerca de 50 milhões de euros aos colchoneros e João Félix parecia ter ganho uma nova vida, num lugar conhecido - esteve seis meses cedido ao clube londrino em 2022/23.
No entanto, Cole Palmer, o melhor jogador da Premier League na edição anterior, ofuscou a chegada do português, até porque Enzo Maresca insistia que os dois atletas não eram compatíveis em campo, ocupando a mesma posição, atrás do ponta de lança. Mesmo assim, João Félix jogou quase tanto na primeira metade da temporada como na segunda, porque o Chelsea também estava na UEFA Conference League - competição em que chegou a marcar quatro golos na fase de liga - para além das Taças.
Frustrado com o tempo de jogo, o jogador de 25 anos procurou alternativas no mercado de inverno, mas estará certamente a pensar se não deveria ter continuado a lutar por um lugar no onze de Maresca, dado até que o Chelsea até conseguiu chegar à final e continua, na Premier League, na luta pelo acesso à Champions League da próxima temporada.