Assumiu-se homossexual e aponta: «Futebol ainda é um pouco homofóbico»
Jakub Jankto assumiu ser homossexual em fevereiro (IMAGO/aal.photo)

Assumiu-se homossexual e aponta: «Futebol ainda é um pouco homofóbico»

INTERNACIONAL18.10.202315:49

Jakub Jankto mostrou-se agradecido pelas milhares de mensagens que recebeu e garantiu não estar arrependido da decisão

Jakub Jankto, futebolista checo que assumiu ser homossexual, num vídeo de 44 segundos, garante não estar arrependido da sua decisão. 

«Sempre que abria o TikTok ou o Instagram, o primeiro vídeo era sobre mim. Toda a gente a falar de mim. Mas eu sabia que ia ser assim nas primeiras duas ou três semanas. Precisava de tempo para respirar um pouco. Quando recebes milhares, ou talvez milhões, de mensagens de apoio de pessoas, deixa-me feliz. Foram incríveis. Mas isso traz pressão. Não é fácil ser o primeiro rapaz, ao meu nível, a dizer: ‘Sim, sou gay’», começou por dizer, em entrevista à BBC Sport.

O jogador do Cagliari – na época passada representou o Sparta Praga, cedido pelo Getafe –, lembrou quando tinha 18 ou 19 anos.

Tens de viver a tua vida como quiseres

«Tinha 13 ou 14 anos quando soube algo que era não antinatural, mas diferente. Quando és uma criança não pensas sobre isso. Mas quando tentei o meu primeiro relacionamento com uma rapariga, não foi como se fosse um rapaz… Quando entrei para a primeira equipa profissional, ser gay ainda não era visto como algo normal. O futebol ainda é um pouco homofóbico, acho eu. Ficava com medo, quando tinha 18 ou 19 anos e estava perto de outros rapazes, de abrir mensagens no WhatsApp, porque tinha medo que alguém visse uma mensagem ou uma fotografia de um rapaz», contou.

Jankto recebeu ainda o apoio da ex-companheira Marketa Otomana, com quem tem um filho e se separou em 2021.

«Jogar futebol profissional é um sonho para mim e estou sempre à procura de maneiras de melhorar. Foi um grande momento para mim. Seis ou sete meses depois, posso dizer que não foi um erro. Foi um grande momento para todos os jogadores de futebol e muitos me agradeceram. Sair do armário significa que não tenho de me esconder mais», atirou.

«Estamos em 2023, não sei quantos milhões de pessoas são homossexuais e sou o primeiro jogador de futebol gay nas cinco principais ligas. Isso é estranho», disse.

O centrocampista deixou ainda uma mensagem: «Estou orgulhoso de mim mesmo, porque se consegui superar esta situação, poderei ultrapassar tudo no que resta da minha vida. Não há motivo para ter medo. Talvez vejamos mais exemplos como o meu. Não apenas no futebol, mas também noutros mundos.»