O MISTER DE A BOLA Herói improvável do dérbi

Augusto Inácio analisa a vitória do Sporting sobre o Benfica

1. Passo muito importante

Com esta vitória o Sporting deu um passo muito importante em relação ao título. Ganhou por 2-1 duma forma que considero justa. O Sporting iniciou o jogo praticamente com um golo de Geny Catamo, que considero o homem do jogo e isso deu-lhe alento muito grande para encarar o resto da partida. Foi um jogo dividido, empenhado por parte das duas equipas, com os jogadores a darem o seu melhor, não encontrando os caminhos para as oportunidades de golo, sendo poucas as que tiveram na primeira parte mas o Benfica confirmou as suas melhorias depois daquele jogo da Taça no Estádio da Luz.

Os encarnados bem tentaram, com Di María por um lado e Neres pelo outro, mas com Bah a não demonstrar a mesma capacidade ou o mesmo espaço que na terça-feira porque Matheus Reis estava muito atento aos seus movimentos; havendo também grande luta no meio-campo com JoãoNeves e Florentino por parte do Benfica e Morita e Hjulmand por parte do Sporting – jogo muito combativo, muito disputado, tecnicamente nem sempre bem jogado mas o Sporting a aparecer com outra cara no sentido de ter bola, de ter organização e espaços para poder jogar e foi assim que os leões, através, também, das suas individualidades conseguiu marcar a diferença no jogo.

2. Primeira parte dividida

Pote deu razão a Rúben Amorim para apostar nele, pois logo na primeira jogada, após um mau passe da equipa do Benfica, construiu um lance que só ele sabe fazer e encontrar aqueles espaços para criar perigo e depois duma palmada do Trubin, apareceu Geny Catamo a empurrar a bola para o fundo da baliza, com apenas 50 segundos de jogo. Por isso, uma primeira parte bem dividida, sem grandes oportunidades de golo de parte a parte, com alternâncias de comando de jogo mas sem ocasiões flagrantes. Mas o Sporting pensava que ia para o intervalo a ganhar por 1-0 mas o Benfica, através duma bola parada, Bah, ao segundo poste fez o empate e relançou a dúvida para a segunda parte.

3.Toada mais emocionante

O Sporting na segunda parte continuou a jogar sempre dentro do mesmo nível, caberia ao Benfica, porque lhe interessava a vitória, correr mais riscos e a toada ficou emocionante, estando-se à espreita duma jogada individual deste ou daquele jogador para marcar a diferença no jogo, o que é certo é que o Sporting foi criando as suas oportunidades, o Benfica também teve as suas, esperava-se que o resultado final fosse uma igualdade mas através duma bola parada, um pontapé de canto - após Di María ter rematado para grande defesa de Israel e de Gyokeres ter acertado na barra, com o Benfica a ter em algumas períodos por cima do jogo mas o Sporting a responder nos últimos 15 minutos – apareceu uma individualidade dentro dum coletivo que é forte como o do Sporting, o herói improvável, Geny Catamo, que com o seu pior pé, o direito marcou um golaço que deu a vitória ao Sporting. Cavou um fosso de quatro pontos que podem ser sete porque ainda há o jogo com o Famalicão e, se vencer esse jogo, fica com as duas mãos na taça do título de campeão nacional e cabe agora ao Benfica lutar com tudo o que possa ter para segurar o segundo lugar.

Boa vitória do Sporting, boa moldura humana, num ambiente extraordinário e mais uma  vez o Sporting demonstrou estar apto para defrontar equipas grandes, quer seja em casa quer seja fora, embora o Benfica tenha subido de forma neste últimos dois jogos.

4. Substituições resultaram

O Sporting fez duas substituições fundamentais para o resultado final, que foi a entrada do Bragança, que deu outro esclarecimento ofensivo e a de Edwards, que é um jogador que nas transições é um desequilibrador que dá outra profundidade à equipa.