Famalicão: Francisco Moura e Luiz Júnior sempre em alta rotação

Famalicão: Francisco Moura e Luiz Júnior sempre em alta rotação

NACIONAL15.11.202321:35

Lateral-esquerdo e guarda-redes contabilizam todos os minutos dos 12 jogos oficiais já realizados pelos famalicenses na presente temporada; segue-se o Camacha, para a Taça de Portugal, e a questão que se impõe é: haverá gestão ou nem por isso?

Há uma dupla 'inseparável' em Famalicão: Francisco Moura e Luiz Júnior. O lateral-esquerdo e o guarda-redes são os dois únicos totalistas do plantel, contabilizando todos os minutos dos 12 jogos oficiais já realizados pelos minhotos na época 2023/2024.

E, em bom rigor, o que deve ser dito é que os números não devem espantar minimamente todos aqueles que acompanham a realidade dos famalicenses. Não só pelas exibições protagonizadas por este duo na presente temporada, como também pelos desempenhos que ambos conseguiram na época transata, tendo ajudado o clube a ficar na 8.ª posição da tabela classificativa.

Porque em 2022/2023, Luiz Júnior e Francisco Moura também ocuparam lugares de destaque na hierarquia dos jogadores mais utilizados pela formação de Vila Nova de Famalicão, mesmo numa época em que por lá passaram dois treinadores: Rui Pedro Silva e João Pedro Sousa.

Nesse particular, recuando, então, uns meses, Luiz Júnior figura como cabeça de cartaz. Afinal, o jovem guarda-redes brasileiro alinhou em 42 partidas - Santiago Colombatto (médio argentino que representa atualmente o Oviedo, de Espanha), foi o único que o superou (43) -, ao passo que Francisco Moura foi o quinto jogador que mais vezes foi chamado à ação (37 jogos) - à sua frente, e além de Santi Colombatto e Luiz Júnior, ficaram apenas Youssouf e Riccieli (dois dois habituais titulares também esta época).

E a verdade é que Luiz Júnior e Francisco Moura continuam a ter papel de destaque nas dinâmicas do conjunto de João Pedro Sousa, sendo dois dos artífices de mais uma campanha que, até ao momento, volta a ser de enorme mérito por parte da formação minhota, que está confortavelmente instalada na primeira metade da tabela e cujas prestações deixam antever que na estrutura famalicense olha-se muito mais para cima do que propriamente para baixo... Porque, na realidade, há (muita) margem para que o Famalicão continue a crescer. Dentro e fora das quatro linhas.

Contratos longos e encaixes financeiros em perspetiva

O excelente trabalho que tem vindo a ser realizado pela SAD do Famalicão - não só no plano desportivo, como também na vertente económica - deixa antever que, no final da presente temporada, os cofres famalicenses voltem a ser reforçados com a venda de algum (ou alguns...) ativo(s). Claro que o processo de alavancagem do clube 'pede' que os melhores jogadores possam continuar no Minho, como que se de uma espécie de retenção de talentos possa tratar-se, mas também não é menos verdade que o mercado, já se sabe, é que dita as suas próprias leis. E, nesse sentido, quanto maior for a exposição (entenda-se, bons desempenhos individuais e coletivos), maior será o desejo de emblemas de superior nomeada (portugueses e estrangeiros) de 'pescarem' em Famalicão.

Miguel Ribeiro, presidente da SAD, é o rosto do sucesso recente alcançado pelo Famalicão

E também neste cenário saltam à vista os nomes de Luiz Júnior e Francisco Moura. Porque se juntarmos a qualidade e as idades do guarda-redes e do lateral-esquerdo (22 e 24 anos, respetivamente), facilmente chegamos à conclusão que ambos estarão no 'olho do furacão' no que diz respeito ao mercado de transferências.

Comecemos por Luiz Júnior. Um guarda-redes que chegou muito jovem ao conjunto minhoto e que é uma das grandes referências atuais do clube. A sua estadia em Vila Nova de Famalicão começou na época 2019/2020. Nessa altura, jogou pelos juniores e pela equipa de sub-23. Na temporada seguinte, que ainda começou nos sub-23, deu o salto para a formação principal, agarrou o lugar na baliza e... não mais o largou. Daí para cá, e contabilizando os jogos que realizou na época em curso, o número 31 soma já 116 jogos na elite famalicense. E tudo isto com apenas 22 anos, sublinhe-se. Além das inúmeras qualidades que tem vindo a demonstrar no seu posto específico, Luiz Júnior soma também uma outra particularidade: é especialista em defender grandes penalidades.

Mas a boa gestão da SAD do Famalicão é também comprovada pela forma como a estrutura presidida por Miguel Ribeiro tem 'blindado' os seus principais ativos com contratos de longa duração. Dessa forma, além de premiarem as boas prestações dos atletas, também dão um sinal ao próprio mercado de que não será fácil levaram os craques de Vila Nova. E Luiz Júnior é um deles. Não foi por acaso que o guarda-redes renovou recentemente o seu contrato até 2028...

Passemos para Francisco Moura. O esquerdino cumpre apenas a segunda temporada em Famalicão, mas parece que conhece os cantos à casa há anos. Porque a sua qualidade permite-lhe interpretar na perfeição os conceitos coletivos implementados por João Pedro Sousa e, dessa forma, o técnico consegue extrair e potenciar o máximo do individual. 

Formado no SC Braga, Francisco Moura esteve emprestado à Académica em 2019/2020, regressando, depois, aos arsenalistas, onde somou 50 jogos nas duas temporadas seguintes. Seguiu-se, na época passada, a cedência ao Famalicão, período que não deixou ponta de dúvida à SAD: era primordial adquirir o passe do jogador ao SC Braga. E foi isso que aconteceu, com canhoto a vincular-se aos famalicenses até 2027.

O passado e o presente de Luiz Júnior e de Francisco Moura estão plasmados nos registos individuais de cada um. O futuro de ambos ninguém sabe. Mas há uma certeza: o Famalicão vai (continuar a) lucrar com esta dupla. Seja do ponto de vista desportivo, seja no capítulo financeiro.

Vem aí a Taça: o rótulo de imprescindíveis mantém-se?

As competições portuguesas vão agora sofrer um tempo de paragem devido aos compromissos das seleções, mas esse cenário não é... para todos. Tudo porque o Famalicão estará em ação já no próximo sábado, no caso, para defrontar o Camacha, numa partida (ainda) referente à 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, que deveria ter sido realizada no passado dia 22 de outubro, mas que acabou por ser adiada devido ao mau tempo. Na altura, recorde-se, as condições climatéricas altamente adversas impediram a comitiva minhota de aterrar no Aeroporto Cristiano Ronaldo, na Madeira.

O duelo com o Camacha foi, então, remarcado e vai jogar-se no sábado. E nesse sentido, até por tratar-se da Taça de Portugal, abre-se a possibilidade de João Pedro Sousa poder operar algumas mudanças no onze habitualmente titular. Algo que, convenhamos, até nem é muito do agrado do treinador dos minhotos e, por essa razão, não é crível que as alterações (a existirem), sejam assim tão profundas.

Dessa forma, fica a dúvida em redor dos dois jogadores mais utilizados do plantel: continuarão Luiz Júnior e Francisco Moura no onze, ou ficarão, pela primeira vez esta época, fora das escolhas iniciais do técnico?

Se João Pedro Sousa pensar em abdicar de Luiz Júnior, então é Ivan Zlobin que está na linha da frente para assumir a vaga na baliza.

Caso o técnico decida dar descanso a Francisco Moura, então é Rúben Lima aquele que mais hipóteses acalenta de alinhar no lado esquerdo da defesa.