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1000 dias de Luís Freire ao leme do Rio Ave
Atinge hoje número redondo ao serviço dos vila-condenses; sábado, no Bessa, passará a ser o segundo treinador na história do clube com mais jogos realizados; elogiado pela enorme competência no trabalho
Tem sido frutífera a ligação entre o Rio Ave e Luís Freire, um casamento que começou por ficar selado no dia 29 de junho de 2001, após um aperto de mão com o presidente da altura, António Silva Campos, mas que em termos práticos ou se quisermos oficiais, se deu o pontapé de saída com o primeiro dia de trabalho propriamente dito, a 1 de julho de 2001. O treinador completa assim hoje a bonita marca de 1000 dias ao leme da nau vila-condense, onde tem realizado um trabalho que merece os mais rasgados encómios, tendo encaixado na perfeição na filosofia muito própria que grassa no seio de um clube a todos os níveis digno de realce e onde a formação é levada muito a sério.
Com contrato até junho de 2025 e valorizado pelo desempenho que tem exibido em duas épocas e meia em Vila do Conde, Luís Freire é já um valor seguro do futebol português e, com toda a naturalidade, é já seguido por clubes de maior dimensão. Depois de Sérgio Conceição, Paulo Sérgio e Rúben Amorim, é o treinador que se encontra há mais tempo num clube da Liga principal e também o mais novo da Liga principal, com 38 anos.
Enfrentou, por força do impedimento do Rio Ave em inscrever jogadores de agosto de 2022 a janeiro de 2024, uma dura realidade, mas soube tornear os problemas com muita astúcia, apostando em jovens da formação e valorizando os ativos que tinha em menor reduzido à sua disposição.
Há ainda o facto relevante que merece destaque e que se prende com a segunda volta da presente edição da Liga. É que desde que a segunda volta se iniciou, o Rio Ave já fez 13 dos 25 pontos que tem atualmente. Ou seja, mais de metade dos pontos que fez em toda a primeira volta.
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No seu já considerável currículo, Luís Freire tem sete subidas no currículo, ou seja, subiu em todos os escalões do futebol nacional (3.ª distrital, 2.ª distrital, 1.ª distrital, Campeonato Portugal, Liga 2 e num tempo em que não havia Liga 3) ao serviço de Ericeirense (2), Pêro Pinheiro (2), Mafra, Nacional e Rio Ave. Neste percurso, ostenta os títulos da II Liga (2019/2020, este não atribuído oficialmente devido à pandemia, mas o Nacional da Madeira terminou a prova no 1.º lugar, e 2021/22), Campeonato de Portugal (2017/2018), 1.ª divisão distrital da AF Lisboa (2016/2017) e Divisão de Honra da AF Lisboa (2015/2016).
Para se ter uma verdadeira dimensão da sua passagem pelo Rio Ave basta atentar ao facto de após o jogo de sábado, no Estádio do Bessa, diante do Boavista, passar a ser o segundo treinador com mais jogos na história dos rioavistas, com 111, sendo apenas superado por Carlos Brito, que conseguiu orientar o emblema em 364 partidas oficiais.
CURIOSIDADES E NÚMEROS
Jogos: 110
Vitórias: 42
Empates: 33
Derrotas: 35
Golos marcados: 137
Golos sofridos: 127
Jogadores utilizados: 51
Jogos na Liga principal: 80
Jogos como treinador principal: 384
Top 3 jogadores com mais minutos: Aderllan Santos (8582), Costinha (8559), Jonathan Luiz (8370)
Top 3 jogadores com mais golos: Aziz (28), Boateng (12), Costinha (10)
IDENTIFICADO COM OS VALORES DE TRABALHO E RESILIÊNCIA DO RIO AVE
Em declarações a A BOLA, Luís Freire não ficou indiferente à fasquia dos 1000 dias que atinge como timoneiro do Rio Ave. O treinador congratulou-se com esse facto e revela «um orgulho muito grande cumprir 1000 dias como treinador de um clube com uma massa adepta tão aficionada». «O Rio Ave representa valores de trabalho e resiliência com que tanto me identifico, clube que tantos praticantes e treinadores de exceção tem dado ao panorama nacional e mesmo internacional. Esta marca é muito significativa, mas, mais importante do que está realizado para trás, são os nossos objetivos coletivos que estão à nossa frente. Apesar das dificuldades que tivemos ao longo destes 1000 dias, estamos sempre focados nas soluções para atingir as várias metas com este fantástico grupo», acrescenta.
Na hora de festejar um milhar de dias no emblema vila-condense, Luís Freire recusa colher os louros sozinhos e distribui-os por toda a gente que consiga trabalhou e se mantém nesta já longa caminhada. «Tenho de ressalvar o espírito dos jogadores, capitães que tenho e tive, o empenho de todo o staff de apoio e a plena confiança da direção, com a presidente Alexandrina Cruz à cabeça. Queremos o Rio Ave no lugar em que merece, porque dá gosto trabalhar com pessoas que remam para o mesmo lado como temos no nosso clube. Gostava de enaltecer a equipa técnica que me tem acompanhado desde o início da minha carreira como treinador: Nuno Silva, João Ferreira, Rui Sousa, Tiago Louzeiro e Carlos Braz, tal como ao Augusto Gama, Roberto, Pedro Gomes e Francisco Lisboa que fazem parte dos quadros técnicos do clube, sem eles, jamais estaria a festejar estes 1000 dias à frente do comando do Rio Ave. Agora que venha mais e melhor. Queria por fim deixar uma mensagem forte de toca a reunir, de apoio à nossa equipa, porque iremos lutar muito pelo nosso clube. Conto com a nossa Onda Verde para alcançarmos todos juntos mais este objetivo», deixa o apelo.
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