Sabe quantos jogadores das 4 finais da Youth League chegaram à equipa principal?

Benfica Sabe quantos jogadores das 4 finais da Youth League chegaram à equipa principal?

NACIONAL16.07.202309:35

Ainda não passou ano e meio desde que o Benfica conquistou a sua primeira Youth League e já saíram sete jogadores que faziam parte dessa equipa (inclusive o treinador, Luís Castro): Mario Tudose, Kostvov, Cher Ndour, Diego Moreira, Franculino Djú, Luís Semedo e João Resende.

O êxodo até pode parecer excessivo à primeira vista, mas a história mostra que o funil ainda é muito estreito e só uma percentagem de jogadores muito reduzida atinge o cume da montanha. Chegar uma final da Champions sub-19 não dá livre acesso à glória - entenda-se por isto ter a oportunidade de jogar com regularidade no Estádio da Luz.


Cher Ndour e Diego Moreira já não estão cá porque conseguiram contratos melhores do ponto de vista financeiro no PSG e Chelsea, respetivamente, mas as outras saídas obedeceram a um processo natural de triagem que mais cedo ou mais tarde vai alastrar-se a outros jogadores. É a seleção natural dos mais fortes a fazer-se sentir.


Dos 178 jogadores que fizeram parte das equipas que atingiram as quatro finais da Youth League (2014, 2017, 2020 e 2022, três derrotas e uma vitória) apenas 16 jogaram em contexto competitivo na equipa principal (excluindo os jogos de final de época que funcionam como prémio), o que representa 8,9 por cento. E se o critério for a condição de titular ou próximo disso num determinado momento da época, o número baixa para 10 jogadores: apenas 5,6 por cento.


«Eles sabem que é difícil e que não dá para todos no futuro, mas cada um individualmente acha que pode lá chegar», diz a A BOLA Luís Castro, o treinador que perdeu a final de 2020, ganhou a de 2022 e saiu do clube no final da última temporada. Não basta subir o elevador para chegar às grandes festas nos telhados dos prédios, ainda há que passar pelas rigorosas barreiras de segurança.


«Há muitos jogadores que não chegam sequer a profissionais», alertou recentemente Florentino Luís no podcast Em Casa, em cuja entrevista confidenciou ter passado por uma depressão, admitindo a hipótese de deixar de jogar quando não era opção no Mónaco, onde esteve por empréstimo em 2020/2021. O caso de um futebolista de altíssimo calibre que podia ter-se desviado do caminho. «Ele é o exemplo de um grande jogador que atingiu a maturidade mais tarde», observa Luís Castro.

65% a descer

Chegar a sénior e manter o estatuto com que se cresceu é um dos maiores desafios de um futebolista e nem o selo de qualidade made in Seixal equivale a um livre-trânsito. Dos 126 jogadores que fizeram parte das equipas das finais de 2014, 2017 e 2020 e que já se encontram em idade sénior, não só muito poucos jogaram pelo Benfica como apenas 35 por cento atuam em equipas de primeiro escalão de campeonatos relevantes. «É um número que surpreende, pensava que seria uma percentagem mais alta», refere Luís Castro.


Os números seriam ainda mais baixos não fosse a geração 2016/2017 a puxá-los para cima. Esta foi, até agora, aquela que mais impacto teve do ponto de vista da qualidade individual e do encaixe financeiro para o Benfica - a venda dos passes de João Félix, Rúben Dias e Gedson rendeu €200 milhões.


De 16 apenas 5
Dos 34 jogadores que Roger Schmidt levou para estágio, quase metade (16) vem da formação: Samuel Soares, Kokubo, André Gomes, Marcel Mendes, Tomás Araújo, Rafael Rodrigues, António Silva, Morato, Paulo Bernardo, Tiago Dantas, Martim Neto, Florentino, João Neves, Henrique Araújo, Tiago Gouveia e Gonçalo Ramos. Porém, apenas cinco têm lugar garantido no plantel (sem contar com possíveis transferências): António Silva, Morato, Florentino, João Neves e Gonçalo Ramos. Os outros onze ainda têm uma longa caminhada para fazer. Para cima ou para os lados, procurando outras cores da sorte.