«Sei o que me espera no Tour»

Ciclismo «Sei o que me espera no Tour»

CICLISMO29.06.202301:13

Nelson Oliveira vai iniciar, no próximo sábado, em Bilbau, a sétima participação na Volta a França de um total de 18 grandes voltas desde 2011, ano em que se estreou na Vuelta ao serviço da equipa norte-americana RadioShack. «São números significativos que me orgulham, mas também por ter vencido uma etapa na Volta a Espanha [2015], três no Tour [2016, 2019 e 2020] e ter subido ao pódio final na Vuelta [2016, 2019 e 2020] pelo triunfo por equipas», começou por declarar a A BOLA o ciclista, de 34 anos, da formação Movistar.


«O Tour é uma corrida diferente de todas as outras, requer uma preparação especial para enfrentarmos a dureza das suas etapas, principalmente as de montanha», destacou o natural de Anadia, que se diz pronto para cumprir a tarefa que lhe atribuída pelos responsáveis da equipa. «Conheço bem a missão que me espera: apoiar o nosso líder Enric Mas, um dos candidatos aos primeiros lugares. A equipa confia em mim para essa função e dá-me a possibilidade de correr o Tour. É uma missão de sacrifício, nem sempre valorizada e sem grande visibilidade, mas faz parte do trabalho. Para um gregário, como é o meu caso, a classificação é sempre secundária e nem sequer pensamos se estamos dez lugares mais acima ou mais abaixo, o importante é não falharmos na missão», explica o corredor, que não renega a uma pretensão individual. «Naturalmente, gostaria de vencer uma etapa, sabendo que nos tempos que correm as vitórias estão muito caras. Talvez possa entrar numa fuga que consiga chegar à meta», augura.


Nelson Oliveira chega à Volta à França com 35 dias de competição, depois de ter participado na Clássica Valenciana (22.º), Volta a Andaluzia (26.º), Tirreno-Adriático (31.º), Volta ao País Basco (33.º), Volta à Romandia (26.º) e Critério do Dauphiné (49.º), o melhor resultado em etapas foi 4.º lugar no contrarrelógio na Romandia. «São resultados que me deixaram bastante satisfeito, tendo em conta que a missão nessas provas foi a mesma que terei no Tour. O número de dias de competição é muito parecido com o dos últimos anos, a que se juntam estágios em altitude com a equipa e por conta própria em Andorra, onde resido grande parte do ano. Na planificação, cumpri o que estava previsto, vamos ver na estrada se o físico corresponde quando a corrida se tornar mais exigente», afirma Oliveira, que elogia os resultados da Movistar. «Tem sido uma temporada muito boa. Chegamos ao Tour com 13 vitórias, 15 segundos lugares e 11 terceiros, e o 13.º lugar no ranking UCI, o melhor dos últimos anos», para o que contribuiu o rendimento do compatriota Ruben Guerreiro em ano de estreia na formação espanhola. «Tem-se adaptado bem à equipa e neste Tour deverá, numa ou noutra etapa, ter possibilidades de se exibir como trepador, embora também esteja sujeito aos interesses coletivos».  


«Qual é para mim um bom resultado? Chegar a Paris, não sofrer quedas, ajudar a equipa e se possível vencer uma etapa. Quanto à classificação, face à minha missão na corrida, não é importante», conclui.