Jordânia: João Mota lidera isolado  na paragem do campeonato

Jordânia Jordânia: João Mota lidera isolado na paragem do campeonato

INTERNACIONAL31.08.202323:59

Com quatro vitórias em quatro jogos, 10 golos marcados e nenhum sofrido (melhor ataque e melhor defesa), o Al Hussein, do treinador português João Mota, é líder isolado do campeonato da Jordânia, com dois pontos de vantagem sobre o Al Wehdat, numa altura em que a competição está parada, dados os compromissos internacionais das seleções nacionais.

Logo após o último jogo, com o Maan (vitória por 1-0), João Mota, de 56 anos - neste desafio na Jordânia volta a contar na equipa técnica com o português Marco Delgado como assistente -, concedeu uma semana de folgas a todo o plantel, depois da exigência competitiva das últimas semanas, com a participação no torneio de preparação (entre todas as equipas do campeonato profissional), estágio na Turquia e as quatro primeiras jornadas do campeonato.

O regresso ao trabalho está, por isso, reservado para este sábado, 2 de setembro. Oportunidade para João Mota, em exclusivo a A BOLA, fazer um primeiro balanço da experiência na Jordânia. «Tem sido enriquecedora», destaca o técnico, lembrando que «já tinha trabalhado no Médio Oriente», sentindo-se, também por isso, «mais preparado e mais adaptado àquilo que é a forma como se sente o futebol por estes países», reforça.

No campeonato da Jordânia, João Mota reconhece, com satisfação, que encontrou «jogadores extremamente competitivos e bons tecnicamente», o que facilitou «a aplicação de novos conceitos» em termos de treino e ações de jogo. «Depois de uma primeira fase de adaptação algo irregular, sobretudo no que diz respeito às exibições no torneio de pré-temporada», o treinador português admite que, apesar de o Al Hussein ter conseguido o 4.º lugar, «com a melhor defesa do torneio», a sua equipa podia «ter feito mais».

Os primeiros meses preparam o Al Hussein para «o campeonato» que se iniciou nos primeiros dias de agosto. «As coisas agora são diferentes. Jogamos no nosso estádio, num relvado natural, depois de o torneio ter sido todo jogado em sintético, e os jogadores já estão identificados com a nossa ideia e modelo de jogo. Sinto a equipa mais madura, com condições de conseguir, mais vezes, controlar o ritmo dos jogos», sublinha.

«Objetivo é o título!»

A trabalhar num «país tranquilo e com uma qualidade de vida muito aceitável», João Mota admite que o objetivo que o move «é a conquista do título», mesmo que o Al Hussein nunca o ter conseguido na sua história. «Acredito que podemos conseguir essa proeza, se formos constantes e maduros no que diz respeito à gestão emocional. Estou preparado para as dificuldades que vêm aí mas esse é o desafio e a minha motivação. Exijo sempre muito de mim e sou autocrítico quanto à minha evolução profissional. Tenho aprendido sempre por onde passo e espero continuar a desfrutar do jogo, do treino e da gestão diária de uma equipa recheada de bons jogadores», reitera em conversa com A BOLA.

Importa recordar, a finalizar, que a anteceder este desafio na Jordânia, no que representa um regresso do técnico ao futebol árabe, João Mota participou, como adjunto e depois treinador principal, nas campanhas do bicampeonato do Al-Hilal Omdurman, no Sudão, clube que liderou na participação na Liga dos Campeões Africanos. Antes da vitoriosa experiência africana, o treinador português tinha trabalhado no Brasil (Aparecidense, Guarulhos, Portuguesa dos Desportos, Rio Branco e Tigres do Brasil), Emirados Árabes Unidos (Hatta Club, Dibba Al-Hisn e Al Khaleej) e Arábia Saudita (seleção olímpica e sub-20).