Mariana Cabral e o caso Rubiales: «Faz parte da sociedade muito machista em que vivemos»

Futebol Feminino Mariana Cabral e o caso Rubiales: «Faz parte da sociedade muito machista em que vivemos»

FUTEBOL FEMININO31.08.202323:25

O início de temporada no futebol feminino português está cada vez mais próximo, com as meias-finais da Supertaça a colocarem o Benfica perante o SC Braga e o Sporting a defrontar o Famalicão.

Na primeira mão (domingo, às 15 horas), as leoas deslocam-se ao Minho e na antevisão à partida a treinadora do conjunto verde-e-branco, Mariana Cabral, mostrou-se preparada para um jogo difícil no qual aponta a uma vitória. «Com certeza que será um adversário difícil de bater, mas à nossa altura e sabemos que temos capacidade para ir a Famalicão e ganhar. Esse é claramente o nosso objetivo», clarificou a líder técnica sportinguista.

Mariana Cabral deixou ainda a sua opinião sobre o Caso Rubiales, episódio que lamentou profundamente e que considera constituir o mais recente e mediático momento de abuso e assédio sobre as mulheres no futebol.

«É lamentável e foi extremamente inapropriado o que aconteceu. Uma pessoa com o cargo de presidente da Federação espanhola nunca poderia ter um gesto daqueles. Faz parte da sociedade em que vivemos e que é muito machista. O futebol precisa de mudar um bocadinho a perspetiva que tem sobre as mulheres na modalidade. Digo as mulheres porque muitas vezes dizemos as meninas quando são mulheres, são profissionais de futebol, disse.

E desenvolveu: «Se assim acontece, imaginemos as coisas que acontecem nos bastidores e que ninguém pode provar. Também em Portugal acontecem. Por um lado, é uma pena, mas acaba por ser um momento interessante por chamar a atenção por poder ter as jogadoras da seleção espanhola e todas as que se juntaram a dizer que isto não está certo e é preciso mudar.»

«Nunca um jogador profissional de futebol seria beijado na boca no meio dos festejos de ganhar um mundial. Faz parte do crescimento do futebol feminino e a mulher no desporto também ajuda a que a sociedade cresça e que olhe para a mulher de uma forma mais igualitária», expressou.