Três horas de viagem para treinar e jogar Europeu em Telavive

Voleibol Três horas de viagem para treinar e jogar Europeu em Telavive

VOLEIBOL30.08.202300:47

Hora de jantar passada em Israel e João José estava com a equipa técnica a preparar os jogos que Portugal vai ter de fazer, a partir de hoje, em Telavive, sede do grupo D do Campeonato da Europa que é coorganizado também pela Bulgária – aliás, o grupo de Portugal cruza com o B que compete em Varna -, Itália (campeã europeia e mundial) e Macedónia do Norte até 16 de setembro, data da final em Roma.

Porém, é com o «foco na Roménia», o primeiro adversário da Seleção Nacional que o selecionador estava atento.

«É uma seleção em ascensão, chegou à Golden League. Depois temos a França [campeã em 2015], Turquia que subiu à Liga das Nações, além Roménia, da Grécia e de Israel, claro. Passam as quatro primeiras», explicou o técnico a A BOLA sobre a sétima vez que Portugal marca presença na fase final de um Europeu, terceira consecutiva.

Apesar dos pergaminhos das congéneres adversárias, a Seleção, que tem como melhor registo na prova o quarto lugar em 1948 (Itália), então por convite, e o sétimo lugar em 1951 (França), mas com um número reduzido de equipas, tem por meta chegar aos oitavos de final. «Nós temos peças experientes e outros jogadores jovens, estamos numa fase de transição, mas é claro que ambicionamos fazer melhor do que nas últimas presenças. Faz parte dos objetivos. Nesta edição sinto que temos a obrigação de passar esta fase», assumiu o antigo internacional português.

«Ainda assim, o objetivo e sempre o jogo de amanhã e cada um dos outros dos dias seguintes, sempre com muito trabalho», vincou o técnico da Seleção, cujos resultados em fases finais de Europeus se cifram pelo 10.º lugar em 2005, após longo interregno, o 14.º em 2011, 20.º em 2019 e 15.º em 2021, estas duas últimas participações já envolvendo 24 nações, sendo que na última só na negra perdeu com os Países Baixos e falhou o inédito acesso aos quartos de final. Entre visualização de vídeos, partidas e treinos praticamente sem pausas, João José reconhece que a dureza do Europeu passa também pelo desgaste das viagens até à Shlomo Group Arena, onde decorre a competição do grupo D.

«Estamos num hotel a 45 minutos do pavilhão. Hora e meia temos certa de viagem. Por exemplo, amanhã [hoje] vamos treinar das 12 horas às 13, depois voltamos ao hotel e como jogamos só ao final do dia, temos mais hora e meia de viagem e o tempo que demorar o jogo propriamente. Portanto, já vamos chegar muito cansados. Isto dia após dia vai ser complicado», constatou o antigo central da Seleção, de 45 anos, vincando que o segredo do sucesso resume-se na palavra trabalho.

E foi o que aconteceu até em Guadalajara, palco dos duelos particulares de preparação com a congénere espanhola, dos quais Portugal saiu vencedor de dois e perdeu um, servindo de mote para «boas sensações ao grupo» que, recorde-se, se qualificou diretamente para a fase final do Europeu com cinco triunfos e um desaire no grupo D do apuramento.