O 'mister' de A BOLA do Gil Vicente-Benfica: Algumas indefinições

Liga O 'mister' de A BOLA do Gil Vicente-Benfica: Algumas indefinições

NACIONAL28.08.202311:49

1. As opções
Durante a primeira parte, o Gil Vicente foi praticamente inofensivo, com a equipa do Benfica a pressionar alto e  a apresentar algumas alterações, que se entendem, nos jogadores do meio-campo. Florentino dá maior equilíbrio à equipa. Percebe-se que o treinador do Benfica, Roger Schmidt, ainda está à procura de acertar com o meio-campo, que será nesta altura a grande questão da equipa. Do lado esquerdo jogaram dois destros, nota-se a falta de um esquerdino. Aursnes e João Mário são dois bons jogadores, fizeram um bom jogo e até foram eles a desenhar a jogada do segundo golo, mas quando se podiam fazer coisas com o pé esquerdo eles não fazem, falta ali um esquerdino. Em relação à baliza, a continuidade do Samuel Soares parece-me certa.

2. Musa e Neres
No que diz respeito à equipa, dois jogadores fizeram a diferença: Rafa e Di María. Mas o Musa é indiscutivelmente o melhor ponta de lança que o Benfica tem neste momento, não jogar parece um fetiche do treinador. Não percebo. Na frente jogou Arthur Cabral, que ainda não está adaptado, está pesado, pouco móvel. Foi a unidade de menor rendimento e ainda por cima num lugar fundamental, onde as coisas se decidem. Sobre Neres... Há três jogadores que fazem coisas que os outros não fazem: Rafa, Di María e Neres. Ofensivamente, são os três melhores e nas minhas equipas jogariam sempre. Naturalmente que é preciso equilibrar a equipa, mas esse é o trabalho do treinador.

3. Golos sofridos
Defensivamente a equipa do Benfica não está tão forte como no ano passado e isso também se deve à indefinição no plantel, baralhações nas quais o treinador também tem responsabilidade. O ano passado foi encontrada uma equipa-tipo muito cedo, isso teve peso na conquista do título. Este plantel é melhor do que o anterior, há mais opções, mas a equipa ainda não é tão forte como a do ano passado. A palavra equipa ainda não foi totalmente absorvida e há ainda indefinições importantes.

4. Gil Vicente
O Benfica venceu com justiça o jogo de Barcelos, mas houve pouco Gil Vicente, bem menos do que estava à espera. Melhorou na segunda parte, com algumas alterações que foram feitas.  O jogo abriu. Depois, a meio da segunda parte, o treinador tentou remediar e mudou dois jogadores no meio-campo, o que não é fácil de resultar logo, porque os jogadores precisam quase sempre de alguns minutos para entrarem bem no jogo, no ritmo. O Gil aproveitou para dar, nesta altura, um ar da sua graça. Nessa altura esteve bem e ficou a sensação de que realmente poderia ter feito um pouco mais durante o jogo, do ponto de vista ofensivo. A certa altura, depois de o Gil Vicente ter feito o 1-2, houve uma equipa que começou a ter medo que a vitória lhe fugisse e outra que, naturalmente, começou a acreditar que conseguiria levar mais alguma coisa deste jogo. Mas depois entrou Musa e, como em outros jogos, marcou e resolveu a questão. É um jogador que se saiba nunca arranjou um problema e que mesmo na condição de suplente continua a mostrar que tem qualidade.