Teresa Portela a A BOLA: «Não sinto a idade, aliás, a maturidade só tem ajudado»

Canoagem Teresa Portela a A BOLA: «Não sinto a idade, aliás, a maturidade só tem ajudado»

MAIS DESPORTO25.08.202300:38

Aos 35 anos, Teresa Portela é, muitas vezes, alvo das brincadeiras dos colegas de Seleção, na qual é a mais velha das raparigas. A idade, porém, é apenas um dígito para a canoísta a lutar pela quinta presença em Jogos Olímpicos. Se fora das pistas, diz estar a «preparar o futuro», usando as redes sociais para aplicar em vídeos os conhecimentos académicos em fisioterapia e osteopatia, de pagaia na mão a Té, como é conhecida, também não para e, ontem, nos Mundiais de Duisburgo garantiu final A em K1 500, uma das quatro em que Portugal deixou o carimbo, antes de também ajudar a certificar o acesso do K4 às meias-finais, logo no bom caminho para o tão ambicionado passaporte para Paris-2024.  

«Em novembro, comecei a fazer esses vídeos de exercícios que ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Tenho de andar sempre entretida. Desta vez, optei por não tirar mais um curso, mas vou pondo em prática os meus conhecimentos e isto ajuda estar equilibrada», explicou a A BOLA a olímpica do Benfica, que de pagaia na mão, mantém a mesma energia, apesar das graçolas. «Estão sempre a brincar por ser o quinto apuramento olímpico que estou a fazer. Não sinto a idade, aliás, acho que fisicamente os níveis estão iguais e em termos mentais, a maturidade só tem ajudado», garante a atleta de Gemeses que só perdeu a série dos K1 500 para a multicampeã olímpica neozelandesa Lisa Carrington, cortando a linha de chegada em 52,18 segundos e assegurando a final A. «A experiência de vida e competitiva faz com que cada momento tenha um sabor especial e que, nos momentos importantes, consiga lidar melhor com as situações. Em K1, mostrei que as mais ‘crescidas’ [risos] são válidas. Separei-me do passado, mas compito com a sensação de não estar fazer algo que nunca tenha feito. É especial», filosofou Portela.

Assumindo não saber se este será o último Mundial, a canoísta ambiciona, na verdade, ter mais tempo de paragem da sua outra ocupação, para preparar os quintos Jogos, esperança que quer viver a quatro com Francisca Laia, Joana Vasconcelos e Maria Rei no K4 500 que hoje vai tentar chegar à final da esperança olímpica. «Sinto que o K4, além de ser a aposta, é onde as coisas podem ser mais bonitas, porque podíamos brincar mais e trabalhar em equipa. Espero que corra bem», vaticinou. «Aliás, espero estar muito cansada na próxima semana, será final que competi em todas as provas até ao fim», vincou Té. Desta vez, as portuguesas só têm o pandan do saiote personalizado na canoa, ao contrário de outras ocasiões em que a estética era combinada. «As minhas unhas estão uma desgraça, o cabelo é o mais prático. Deixámo-nos dessas coisas», garantiu a rir.