Benfica Chegou a hora de Arthur Cabral

Cada jogo é um desafio e a deslocação a Barcelos terá um extra para Arthur Cabral: a ser titular, sê-lo-á pela primeira vez tendo o concorrente Musa à espreita, o mesmo quer dizer que sentirá agora a forte pressão de fazer aquilo para que foi contratado: golos.

Se o fizer, conseguirá um efeito inédito desde que chegou ao futebol europeu: marcar nos primeiros jogos nos clubes que representa. O currículo do avançado de 25 anos mostra que precisa de algum tempo para atingir esse objetivo: no Basileia só faturou ao quarto encontro e na Fiorentina precisou de seis jogos para exibir os índices de concretização.

Cabral foi prematuramente lançado ao onze na receção ao E. Amadora, para a 2.ª jornada da Liga, por via da expulsão de Musa no Bessa. Ainda com apenas uma semana de treino, e por isso desfasado dos movimentos da equipa. Notou-se a vontade de se dar ao jogo, mas naturalmente a precisar de referências. E de tempo.

Ainda assim o ponta de lança contratado aos viola por €20 milhões (mais cinco milhões de euros em objetivos) foi autor de três remates (dois à baliza, defendidos por Bruno Brígido). De acordo com os dados do whoscored, o brasileiro fez 10 passes (90 por cento de eficácia), quatro dribles e tocou apenas 25 vezes na bola em 78 minutos, o que traduz alguma dificuldade em ligar-se com os colegas (Neres, por exemplo, em menos de metade do tempo, tocou 33 vezes).

«GOLOS DE QUALQUER MANEIRA»

Arthur Cabral chegou a Lisboa com o propósito de substituir Gonçalo Ramos, ponta de lança internacional português formado no Seixal que teve participação direta em 24,4 por cento dos golos do Benfica na época passada. O atual jogador do Paris Saint-Germain apontou 27 golos e fez cinco assistências, os mesmos números do brasileiro na última temporada no Basileia, da Suíça, mas em... apenas seis meses, antes de se transferir para a Fiorentina no mercado de inverno da época 2020/2021.
A passagem pelos helvéticos foi um marco na carreira e quem jogou com ele não hesita nos elogios. «Faz golos de qualquer maneira», foi uma expressão que A BOLA ouviu de um ex-colega, que prefere não ser identificado. «Parece ser lento por ter aquele físico, mas é rápido e remata muito bem com os dois pés», é outra das características apontadas.

Cabe-lhe tentar fazer o mesmo tipo de movimentos de Gonçalo Ramos, jogador com menos um centímetro e menos quatro quilos que o atual n. º 9 da Luz. Os jogadores são diferentes, mas a matriz é a mesma. Schmidt pede-lhe para se adaptar rapidamente.