Petiscar mal com boas sensações no Mundial

Canoagem Petiscar mal com boas sensações no Mundial

MAIS DESPORTO22.08.202300:43

Com as bagagens recuperadas, as pagaias tão imperiosas para os canoístas como o ar que respiram também devolvidas a seus donos, a comitiva portuguesa composta por 16 canoístas, três da paracanoagem, já se treinou com material emprestado, cantou os parabéns a Beatriz Fernandes, a benjamim da equipa, e apesar da comida não abundar no refeitório em Duisburgo, é nas pistas alemãs que se alimentam as esperanças de qualificação olímpica, momento único para alguns no Campeonato do Mundo de velocidade que amanhã começa.

«O ano passado, aqui na Alemanha até tínhamos pratos de porcelana, agora a comida está a falhar um bocadinho. Tínhamos umas batatas com legumes ou uma lasanha manhosa para comer, além da espera ser longa», constatou João Ribeiro a A BOLA, ainda assim, mais empenhado em desfrutar das «boas sensações» de uma pista na qual foi campeão mundial em K2 500 com Emanuel Silva, com quem ainda conquistou, em 2016, a medalha de bronze em K2 1000. «Já foi há dez anos, é verdade, mas as sensações continuam a ser muito boas. Há pouco estava a falar com o Messias [Batista] que também sente o mesmo», contou o canoísta do Benfica empolgado.

Ao lado do parceiro de dupla, Ribeiro não esconde a vontade de um bom resultado em K2 500, mas está plenamente consciente de que é no K4 500 metros que «está a prioridade» nos Mundiais, dado ser esta a única oportunidade de qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. «Estamos completamente focados no K4, procedemos a alterações no barco, tendo em conta os indicadores que fomos obtendo, mas ainda não testámos em competição, mas esta é nossa melhor versão e estamos confiantes», afiançou o canoísta de Esposende referindo-se ao posicionamento da tripulação composta por si, Messias Batista, Kevin Santos e Emanuel Silva, este último um dos mais experientes da comitiva e um dos medalhados olímpicos da canoagem portuguesa (prata em K2 1000 com Fernando Pimenta em Londres-2012).

«Basicamente temos de chegar à final, apuram-se os dez melhores desde que estejam incluídos quatro continentes, mas sabemos que na Europa é que a canoagem é mais forte. Temos de ficar até ao sétimo europeu. Portanto, podemos até chegar à final e não nos apurarmos, mas trabalhámos muito e os indicadores são bons», reforçou. O empenho federativo está, pois, no K4 – oitavo em Tóquio-2020 mas com os protagonistas reposicionados, pois como lembrou João Ribeiro há ainda um plano B para o K2 ser olímpico no próximo ano, quanto mais não seja nas repescagens continentais. «As sensações têm sido boas», rematou o velejador olímpico.