Voltaren
Agora é deixar Fernando Santos ir ao ‘play-off’ ou chamar o vice-almirante
1. Quem ficou impressionado com o apagão no Facebook, Instagram e WhatsApp, há tempos, devia ter visto a exibição de Portugal frente à Sérvia.
2. Ninguém pode dizer que esta Seleção, comparada com a de 2016, é uma espécie de quadro falso de João Rendeiro, mas a solução de então é o problema de agora. Nunca houve arte e entretanto esgotou-se o engenho.
3. Uma equipa com dores de crescimento tem margem de progressão, mas a Seleção é uma equipa com crescimento de dores. É bem diferente.
4. A equipa joga como uma geringonça em fim de ciclo político, como que a pedir a dissolução do plantel e a marcação de eleições antecipadas para o cargo de selecionador.
5. António Costa: «Há quem olhe para portas e veja fechaduras. Eu vejo mais maçanetas.» Agora percebe-se que o primeiro-ministro estava a falar de Fernando Santos.
6. «Empatar ou ganhar 5-0 [com a Rep. Irlanda] era a mesma coisa.» Foi com esta falta de exigência que Portugal começou a perder com a Sérvia.
7. Fernando Santos: «Eles [Sérvia] jogaram com um quadrado que nos criou dificuldades.» E Portugal tem no banco um treinador quadrado que lhe está a causar dificuldades.
8. A gratidão é eterna, sim, mas não é garantia de eternidade num cargo, pois caso contrário Carlos Bilardo ainda seria o selecionador argentino.
9. A julgar pela irritação de Ronaldo com Fernando Santos, a cimeira do clima no balneário da Seleção deve ter sido bem mais difícil que a COP26.
10. E a justificação do selecionador para a reação de CR7 no final faz tanto sentido como considerar romântica uma massagem com Voltaren.
11. O mal está feito. Agora é deixar Fernando Santos ir ao play-off ou chamar o vice-almirante Gouveia e Melo.
12. Mas atenção: se a Seleção continuar a jogar assim, deve lembrar-se que o preço do papel higiénico está a aumentar e custa a todos.