Viroses e balneários. E Elvis...
Tripla dourada no atletismo de Portugal: Dongmo, Pichardo e Mamona. ‘Black lives matter. And win’.
I NSINUAR que jogadores de determinada equipa apanharam Covid porque estiveram num balneário adversário parece coisa de mentes maquiavélicas. Igual às que pensam que a Terra é plana, Elvis Presley está vivo e o Homem nunca foi à Lua. Por outro lado, faz algum sentido. Quando olho para Pinto da Costa, por exemplo, vejo-o capaz de andar nos balneários do Dragão, de lança-perfume na mão, como Rita Lee nos anos 80, a espalhar o vírus por cada um dos 18 cacifos dos jogadores da outra equipa. Ou Nélson Puga, de pipeta na mão, a pôr gotinhas de Covid no ar condicionado do adversário para o vírus contaminar melhor.
V ÍRUS é coisa que a malta que foi buzinar para o Estádio da Luz deve ter apanhado algures por aí. Todo o direito a protestar, claro que sim, mas há protestos e protestos. Luís Filipe Vieira ganhou as eleições há pouco mais de quatro meses com quase 63 por cento dos votos. Ou seja, seis em cada dez votantes puseram a cruzinha em LFV. A 29 de outubro de 2020, quando se realizaram as eleições, o Benfica liderava a Liga com cinco vitórias em cinco jornadas e com dois pontos de avanço sobre o Sporting e cinco sobre o FC Porto. Tudo estava a funcionar bem. Porém, quatro dias depois, o Boavista bateu o Benfica por 3-0. Só por uma vez Jorge Jesus perdera, como treinador encarnado, por três golos de diferença na Liga: 0-5 com o FC Porto. Daí para a frente, fruto do Covid, da tremenda sequência de jogos, de não haver público nos estádios, dos penáltis não assinalados ou de incompetência própria e competência alheia, o Benfica caiu para o 4.º lugar a 16 pontos (um jogo a menos) do Sporting. Critiquem Jesus, Helton Leite, Lucas Veríssimo, Pizzi ou Darwin. Todo o direito. Mas ameaças de morte a Luís Filipe Vieira é coisa do terceiro mundo. Ou de pessoas com viroses mal curadas.
A última vez que o Liverpool venceu em casa foi a 16 de dezembro de 2020 frente ao Tottenham. Daí para cá, 8 jogos, 6 derrotas, 2 empates e 2 golos marcados, caindo da liderança para o 7.º lugar a 22 pontos do líder. Ninguém me tira da cabeça que, há três meses, José Mourinho andou nos balneários de Anfield, de lança-perfume na mão, como Rita Lee, a espalhar o vírus por cada um dos 18 cacifos do Liverpool.
V IROSES é algo que Auriol Dongmo, Pedro Pichardo e Patrícia Mamona não apanham. Longe vai o tempo em que Portugal era a maior potência europeia do meio-fundo e fundo. Agora, num percurso iniciado por Francis Obikwelu, somos craques noutras disciplinas. Black lives matter. And win.