Uma volta pintada de azul

FC Porto parte para a segunda metade da época como grande candidato ao título

OFC PORTO parte para a segunda metade da temporada como grande candidato ao título, assente num modelo cada vez mais híbrido, tão capaz de aplicar a verticalidade como insistir num futebol mais apoiado. É o melhor trabalho, até ver, de Sérgio Conceição, finalmente convencido pela qualidade de Vitinha e com Fábio Vieira a ganhar espaço. Além de mais opções, os dragões contam ainda com o melhor jogador da Liga a distância considerável dos demais. O crescimento enorme de Luis Díaz, sobretudo a nível da tomada de decisão, reflete-se na influência na equipa e nos resultados. A jogar assim, o colombiano dificilmente permanecerá para lá do verão, porém o objetivo imediato deve ser mantê-lo até lá.
Em Alvalade, mora o outro concorrente da corrida a dois que já se adivinhava antes da saída de Jesus do Benfica. O Sporting mantém praticamente tudo o que o levou à conquista do último campeonato: a mesma ideia e coesão inquebrável. Algumas posições foram reforçadas, embora se note défice na capacidade de desequilíbrio pela esquerda desde a saída de Nuno Mendes. Além disso, os leões não contam com o efeito-surpresa e, desta vez, correm atrás em vez de terem disparado na frente. Muito se jogará no Dragão, a meio de fevereiro.
Já o Benfica tem a época perdida em janeiro, não há como escondê-lo, e Veríssimo vai ter trabalho de Hércules para que os jogadores não desliguem, porque só há para vencer a Taça da Liga, o menor dos troféus, e ainda o complicadíssimo Ajax na Liga dos Campeões. Com a deceção SC Braga nove pontos atrás, não será este o cenário ideal para preparar o futuro, insistir no novo modelo e abrir mais portas para o Seixal, onde mora o líder da Segunda Liga? Na Luz, há seis meses para preparar 2022/2023 e não haverá desculpas para falta de rumo e desorganização.