Triste novembro para salvar dezembro
TUDO aponta para que novembro seja o mês do nosso descontentamento, evitando-se que dezembro seja o mês da nossa tragédia. Esta é uma luta em que todos devem estar à altura, na certeza de que todos os sacrifícios valerão a pena, e de que as notícias que apontam para a distribuição, ainda em 2020, de uma vacina contra o Covid-19, abrem um horizonte de esperança e permitem-nos, finalmente, vislumbrar a luz ao fundo do túnel.
O futebol profissional, que continuará a manter a atividade, terá a nobre função de amenizar o confinamento e aliviar a sensação de prisão física e mental experienciada há meia dúzia de meses. E se houve coisa que aprendemos no primeiro lockdown foi a necessidade de nos agarrarmos a boias de normalidade, papel que o futebol desempenha com grande eficácia. Aliás, perante os exemplos testemunhados em determinadas áreas, ficou à vista de todos como foram injustas as palavras que segregaram os adeptos do futebol, afinal os mais disciplinados de todos.
Porém, se por um lado se compreende que não haja condições para as categorias de formação manterem, no imediato, as competições (subsistindo dúvidas quanto às modalidades profissionais...), o que não se percebe, de todo, é a teimosia do Governo em ostracizar o Desporto das atividades a apoiar na retoma de 2021. Não só se trata de uma decisão que colide frontalmente com o espírito e a letra da Constituição da República, como traduz um atentado à saúde e ao bem-estar dos portugueses.
CRISTIANO RONALDO, que tinha perdido uma excelente oportunidade de estar calado quando fez críticas sem fundamento ao sistema de testes ao Covid-19, regressou ontem à competição, na vitória da Juventus em La Spezia, dinamitando, pura e simplesmente, e sempre com um sorriso a bailar-lhe no rosto, a resistência da equipa da casa. CR7, autor de dois golos (até se estreou na difícil arte dos Panenkas), mostrou que o animal competitivo que mora nele está bem de saúde e recomenda-se.
JOÃO FÉLIX e DIOGO JOTA estão a atravessar momentos de grande fulgor, o primeiro cumprindo um destino anunciado, o segundo a atingir patamares que poucos vaticinavam.