Taça, UEFA, VAR e... dores de cabeça
A Taça de Portugal, mesmo sem profusão de tomba-gigantes, revelou o extraordinário potencial que encerra e merece que haja um esforço continuado no sentido de fazê-la retornar aos princípios fundadores. Embora compreenda a vontade dos principais clubes fugirem aos pelados, sintéticos e maus relvados e perceba a importância do dinheiro televisivo nos dias de hoje, julgo que haverá um meio termo que permita que a meritória decisão da FPF de colocar os primodivisionários a jogar em casa do adversário na primeira eliminatória a que são chamados, possa ser levada, plenamente, à prática.
AMESTERDÃO representa, amanhã, um teste de fogo para a equipa de Rui Vitória. Num jogo que pode determinar a presença do Benfica na fase a eliminar da Champions (e o Ajax tem a vantagem do ponto ganho em Munique), aos encarnados será pedido mais do que mostraram até agora, essencialmente no departamento da concentração: estão proibidos os apagões... Já o Sporting, na quinta-feira, (depois de exibições muito cinzentas) precisa de dar razões de confiança aos seus adeptos, frente a um Arsenal que é candidato, até, à vitória na Liga Europa. Dois testes de fogo europeu!
O campeonato regressa no próximo fim-de-semana e, com ele, o VAR. Creio ter sido útil o aviso à navegação, feito pelo presidente do Conselho de Arbitragem, Fontelas Gomes. Mas é bom que os árbitros escalados para o VAR tenham consciência de que o nível de exigência a que estão sujeitos é proporcional aos instrumentos que têm à disposição. Não têm a desculpa de ter de decidir numa fração de segundo, muito menos de não terem visto bem o lance. Sei que estamos ainda numa fase embrionária do processo mas há limites mínimos que não podem ser ultrapassados.
FIM-DE-SEMANA doce para Nélson Semedo, lateral do Barcelona, e André Gomes, médio emprestado pelos culés ao Everton. O primeiro assinou excelente exibição na vitória braugrana sobre o Sevilha, e viu a imprensa catalã, que nunca morreu de amores por ele, render-se ao seu labor. Já o segundo regressou à competição depois de vários meses em doca seca por lesão e teve 80 minutos de enorme fulgor e lucidez, na vitória dos toffees sobre o Crystal Palace. Saiu, esgotado, e teve direito a standing ovation do Goodison Park. Mais duas boas dores de cabeça para Fernando Santos.