Senhor Vitorino
1 Ontem jogaram os grandes do futebol português. O primeiro e o segundo estão empatados em pontos, tal como os terceiro e quarto. Vamos ter no topo e nos lugares de descida uma disputa imensa e intensa. Em Braga o Futebol Clube do Porto ganhou num estádio difícil e num jogo disputado, muito renhido e com alguns momentos polémicos. Em Chaves o Sporting venceu numa partida com expulsões e tensões e em que os leões encostaram ao Braga em termos de uma acesa disputa e numa liga que parece que vai ter uma quente discussão para lá dos relvados. Na Luz o Benfica ultrapassou, com uma inesperada dificuldade, o Tondela e manteve a confortante igualdade pontual em relação à equipa liderada, com fervor, por Sérgio Conceição. E, por Barcelos, escutaremos esta semana, como a história nos ensina, o clamor do seu famoso galo, suplicando - é a palavra exata - e, uma vez mais, por justiça. A justiça dos homens. Que sempre se espera e deseja e que, por vezes, é sujeita a alguns entraves em razão de novas angústias que a não conquista de pontos suficientes provoca. É tudo, afinal, uma consequência de vários milhões de euros. Na liga primeira são muitos. Na segunda liga quase não são nenhuns. E esta diferença é abissal. Como ocorrerá, suspeita-se, se se concretizar a Liga dos Campeões 1 e a Liga dos Campeões 2. Mas isso daqui a poucos anos. Por ora cada jornada é uma final. Para os do topo e para os de baixo. E aqui estão muitos nomes, muitas Sad´s, muitos emblemas e … muitos Presidentes que se sentem preocupados. Alguns deles com razão…para a íntima preocupação!
2 Saberemos ao final da noite da próxima quarta-feira quem serão os finalistas da edição deste ano da Taça de Portugal. O Futebol Clube do Porto está já com pé meio na final do Jamor. Em Alvalade o Benfica parte com uma curta vantagem e Bruno Lage tudo fará para conquistar a presença na sua primeira final como treinador principal. Mas o Sporting de Frederico Varandas procurará a sua segunda conquista nesta época desportiva. Teremos muita emoção nestas segundas mãos desta edição da Taça do futebol de todos. Sendo a prova rainha do futebol português é também aquela que não estará sujeita, acredito, às necessárias e urgentes reflexões acerca dos quadros competitivos do futebol português. Importa pensar e decidir acerca das competições que devemos ter. Tendo a consciência que as que temos não servem e devem ser objeto de rápida reformulação. Por questão de sustentação e em razão de uma acrescida competitividade. E esta reflexão tem de ser feita por impulso da Federação, o envolvimento da Liga e das Associações, a participação dos jogadores e dos treinadores - esta semana reunidos no seu Fórum!- e, também, o conhecimento das soluções que outros futebóis desenvolveram e implementaram. E, aqui, permitam um especial cumprimento à Federação e à sua iniciativa ‘Executive Talks’, que amanhã trará à Cidade do Futebol o Presidente do Barcelona Josep Maria Bartomeu.
3 Sentir estes jogos de ontem após um passeio extraordinário pelos singulares Passadiços do Paiva é um único momento de Vida. Com o impulso carinhoso da Ana Luísa e a profunda simpatia do Senhor Vitorino - que nos evidencia que as relações de proximidade são instantes de Vida -fomos de Oliveira de Azeméis a Alvarenga e na Casa dos Bifes Caetano, com toque gastronómico da Dona Maria José, degustámos um cabrito do outro mundo e uns bifes que se partiam com um pequeno toque do garfo. Tenros e que nos obrigam a uma nova visita. Com o Miguel e o Paulo, mais o Comandante e a Francisca, sentimos a alegria de um fraterno convívio e constatamos, uma vez mais, que «a amizade duplica as alegrias e divide as tristezas»! E em Arouca, com doces que nos alimentam a alma e que os estimulantes quilómetros dos Passadiços destroem, percebemos bem que o interior sabe receber e que nos ajuda a descobrir paisagens atrativas e que semana a semana são descobertas por cada vez mais gente e de diferentes nacionalidades. Mas em que domina a pronúncia do Norte que caracteriza um povo que sabe receber e que nos contagia com uma alegria que faz esquecer as cores do nosso coração. E no final do dia antes de chegarmos a Cortegaça e ao abraço fraterno e de Aurora do Senhor Amadeu sentimos, ali na Assembleia, que a vida merece ser vivida e sentida. E, aqui, o Senhor Vitorino, um Senhor da indústria, é um fidalgo na arte de bem receber. E ao longo do dia benfiquistas, portistas, sportinguistas, oliveirenses e homens e mulheres de Arouca e de Alvarenga - um abraço Senhor Presidente! - mostraram, nos Passadiços e fora deles, que o desporto é a união do «tu e do eu em nós». Bem haja Senhor Vitorino! Pelo que nos proporcionou e pelo sentido da Vida que nos concedeu. E, no fim e ao fim, fica a promessa de um regresso. É que vida, sendo exigente trabalho, é também encontro, partilha e registo. E, aqui, fica, e bem, o registo!