Salas de máquinas
FC Porto ainda precisa de operador de classe superior para o seu meio-campo
É perfeitamente normal que os adeptos de qualquer clube fiquem mais ou menos eufóricos com os resultados na pré-temporada, porém sabemos todos que algures a meio-caminho dos scores e das exibições, neste contexto de preparação para meses de alto desgaste, está a realidade. É válido para Sporting, FC Porto, Benfica e para os demais. Claro que a dinâmica das vitórias ou derrotas, sobretudo se expressivas, tem a sua importância - basta lembrar o que Thomas Tuchel disse depois de ver o seu Chelsea cilindrado pelo Arsenal na Florida -, mas as exibições leoninas e portistas nas respetivas partidas de apresentação não estão, per se, assim tão distantes. Ambos têm situações por resolver, tal como o rival Benfica.
É preciso não esquecer que as saídas dos médios Vitinha, Fábio Vieira, Sérgio Oliveira e do fiável central Mbemba, com o natural processo de enquadramento dos substitutos, terão naturalmente o impacto na fluidez e dinâmica posicional portista, embora o modelo possa naturalmente absorver as alterações a médio ou longo prazo, como se espera. E parece claro que a sala de máquinas portista terá de ganhar um operador de classe superior até ao fim do mercado, sobretudo a pensar nas ambições, que têm forçosamente de existir, em chegar longe na Liga dos Campeões.
Já em Alvalade as contratações foram planeadas e cirúrgicas - a de Trincão traz obviamente maiores expetativas -, todavia sabe-se que não há gorduras e, mediante certas circunstâncias, poderá surgir a necessidade de recorrer a um eventual plano C ou D. Daí a renitência em vender Nuno Santos, um elemento completamente integrado no modelo, e a manutenção de, também aqui, uma sala de máquinas em estado de alerta, não vá alguém aparecer a bater à porta para levar Matheus Nunes. Agora, o cliché: isto só agora começou. Na verdade, nem isso!