Reforços e... deixem jogar

OPINIÃO06.09.201901:26

Com o encerramento da janela de transferências conclui-se também o debate sobre o reforço das equipas. Muito se tem comentado sobre a estabilidade do grupo, a sua composição, o reforço da equipa, mas pouco entendimento tem havido sobre o que significa reforçar o onze. Contratar jogadores não significa por si só melhorar a equipa. Aliás, é o que acontece em muitos casos. Contratam-se jogadores mas não se resolvem problemas. Por vezes, agudizam-se os relacionamentos. Todos os treinadores querem os melhores jogadores, ninguém prescinde dos mais capazes. Pelo contrário, ninguém quer jogadores que são apresentados como reforços mas  têm poucas possibilidades de integrar o melhor onze. Esses trazem problemas acrescidos a qualquer treinador, mais vale abdicar deles. Os treinadores nesta fase querem quem seja mais-valia, ou estão a tapar buracos mal resolvidos no defeso. É um pouco por isto que o período entre épocas é visto como o mais importante na composição do plantel.


Num nível completamente diferente, temos o regresso às aulas, e dessa forma inicia-se também nova época desportiva para milhares de crianças. Um processo que levará alguns a serem reforços no futuro. Mas para serem efectivos reforços têm que gostar e aprender a jogar. Sem pressão, da família ou do clube. Temos hoje um problema na relação pais/treinadores que merece a maior atenção. Por muito que queiram ajudar os filhos, não podem os progenitores ultrapassar a acção dos treinadores/professores. Indicações vindas do exterior colocam a criança em situação difícil. O que fazer quando elas não são semelhantes? Família e escola são pilares fundamentais no desenvolvimento, devendo ser complementares. Deixar as crianças jogar, como nós o fazíamos no jogo na rua. É decisivo para o seu crescimento. Vamos a isso... deixem jogar!