Rabos

1. 34 anos depois de mostrar o rabo aos ingleses (metaforicamente) com o golo do século, Maradona mostrou o rabo ao mundo (literalmente) num vídeo em que surge alterado - álcool ou droga, só Deus (o outro) saberá. A verdade é que, provavelmente, sem o rabo de 2020, na sala de casa,  não teria existido o de 1986, no Estádio Azteca. É um daqueles casos em que não consegue separar-se o génio do louco (decadente). Infelizmente.

2. Estou no apeadeiro da esperança mas não entro no comboio da alegria (e da parolice, com aquele evento comemorativo em Belém...) por causa da fase final da Champions em Lisboa. Ainda por cima com a UEFA a piscar o olho à presença de público, só espero que não venha aí outra bazuca europeia (esta, biológica). Face aos números e às restrições anunciadas para a região, não sei se a ideia é acelerar com o travão ou travar com o acelerador, mas vejo gato escondido com o rabo de fora.

3. A análise publicada em A BOLA confirma o que suspeitei quando ouvi Sérgio Conceição falar sobre o decréscimo de qualidade nos nossos clubes grandes e recordar com nostalgia Hulk, Falcao ou James Rodríguez. Benfica, FC Porto e até Sporting não perderam capacidade de investimento, perderam foi pontaria de investimento. O resto é pescadinha de rabo na boca.

4. O Benfica não estava com uma situação financeira sólida, mesmo com a pandemia? Pelas últimas notícias, até parece que não é só o FC Porto que não pode com uma gata pelo rabo.

5. Além de disputarem, ombro a ombro, o campeonato de futebol, Benfica e FC Porto disputam também, palmo a palmo, o campeonato da comunicação idiota. Entre tiro ao boneco e bonecos aos tiros, entre mãos que se veem e que se escondem, as águias isolaram-se na liderança após a newsletter sobre o eventual adiamento do dérbi da Invicta. Deixo um conselho popular para Benfica e FC Porto: lavem-no bem com água das malvas.